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Boris Johnson toma 1ª dose da vacina da AstraZeneca

Premiê britânico recebeu imunizante no mesmo hospital em que ficou internado devido ao vírus

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Londres | Reuters

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu nesta sexta-feira (19) sua primeira dose da vacina contra a Covid-19. O imunizante aplicado foi o desenvolvido pela AstraZeneca/Oxford.

"Eu literalmente não senti nada. Foi muito bom, muito rápido", disse o premiê, após receber a injeção no hospital St. Thomas, em Londres. “Quando você receber sua notificação [para receber a vacina], por favor, vá. É a melhor coisa para você, sua família e todos os outros."

Boris, 56, tomou a vacina no mesmo hospital em que passou três noites internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após contrair o vírus, no ano passado. Depois de muitas críticas devido à condução da pandemia, o Reino Unido está prestes a atingir a meta de aplicar a primeira dose da vacina em metade de toda a sua população adulta, tornando-se um dos programas de imunização mais rápidos do mundo.

O sucesso da campanha ajudou o governo a recuperar a liderança em pesquisas de opinião sobre o principal partido da oposição, o Trabalhista, depois que o primeiro-ministro foi acusado de agir devagar demais para impedir a disseminação do vírus. Boris foi um dos últimos líderes europeus a adotar medidas de restrição, mesmo quando a pandemia já atingia boa parte do continente.

O fato de o premiê britânico ter recebido uma dose produzida pela AstraZeneca é simbólico, uma vez que diversos países europeus haviam suspendido o uso do imunizante após alguns vacinados relatarem o desenvolvimento de coágulos.

Na quinta, porém, a EMA, órgão regulador de drogas da Europa, declarou a vacina segura, ainda que o grupo de risco farmacológico (Prac), que analisou casos de uma doença venosa rara, tenha afirmado não ser possível descartar a relação entre imunizante e efeito colateral.

Por isso, a EMA vai incluir nas informações da vacina para profissionais de saúde e pacientes uma advertência sobre quais sintomas devem ser observados após a imunização.

Alguns países já reverteram a decisão de pausar o uso do imunizante. Na Itália, o governo fará uma campanha para incentivar a adoção da vacina, enquanto em Portugal o governo avisou que quem se recusar a tomar a dose da AstraZeneca irá para o final da fila —e, mesmo assim, não poderá escolher que produto tomar quando chegar a sua vez.

A autoridade de saúde da França, por sua vez, determinou nesta sexta (19) que a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca seja aplicada apenas em pessoas a partir de 55 anos. O primeiro-ministro do país, Jean Castex, 55, foi fotografado nesta sexta recebendo a primeira dose da AstraZeneca.

A operação busca reverter uma queda de confiança no imunizante provocada pela suspensão —na França, que tem maior presença de militantes antivacinação, só 20% da população afirmou confiar na vacina.

A dúvida ainda persiste em alguns países, como Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia, que decidiram manter a paralisação. Na Bélgica, onde nenhum dos imunizantes foi suspenso, o porta-voz Yves Van Laethem disse que há tão poucos relatos de problemas que “a interrupção da campanha seria mais prejudicial do que qualquer outra coisa”.

A vacina fabricada pela farmacêutica britânica também tem estado no centro das tensões entre o Reino Unido e a União Europeia. A Comissão Europeia não quis comentar a paralisação anunciada por quase 20 de seus membros, num movimento que tem sido atribuído a motivações políticas dentro do bloco.

Na quarta (17), a União Europeia subiu o tom contra o Reino Unido, a quem acusa de não agir com “reciprocidade e proporcionalidade” no fornecimento de imunizantes. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que o bloco já exportou para o Reino Unido cerca de 10 milhões de doses, mas as fábricas britânicas não embarcaram imunizantes para o bloco.

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