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Papa anuncia corte de salários de clérigos para evitar demissões no Vaticano

Com museus fechados devido à pandemia, Santa Fé calcula déficit de 50 milhões de euros em 2021

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Cidade do Vaticano | Reuters

O Papa Francisco emitiu um decreto nesta quarta (24) para cortar salários de cardeais e clérigos do Vaticano, evitando assim demissões devido ao agravamento da crise econômica provocada pela Covid-19.

A decisão foi anunciada pela assessoria da Santa Fé. A redução, que é proporcional e vai diminuir em 10% o salário de cardeais, passa a valer em 1º de abril e não afeta a maioria dos funcionários leigos (aqueles que não receberam ordens sacras). Francisco, 84, sempre insistiu que não quer despedir pessoas em tempos econômicos difíceis, mesmo quando o Vaticano continua a apresentar déficits.

Estima-se que os cardeais que trabalham no Vaticano ou em Roma recebam salários entre 4.000 e 5.000 euros (R$ 26 mil e R$ 33 mil) —muitos também moram em locais com aluguéis bem abaixo do mercado.

A maioria dos padres e freiras que trabalham no Vaticano vive em comunidades religiosas em Roma, como conventos, paróquias, universidades e escolas, o que lhes dá maior proteção a crises econômicas. Eles têm custo de vida muito menor do que o de funcionários leigos, como policiais, porteiros, bombeiros, limpadores e restauradores de arte, que muitas vezes moram em Roma e têm famílias.

É esse grupo que o pontífice parece querer proteger, já que a maioria desses empregos não foi listada no decreto. Além dos cardeais, outros clérigos verão seus salários reduzidos entre 3% e 8%. Os aumentos programados a todos, exceto os três níveis salariais mais baixos, serão suspensos até março de 2023.

A principal autoridade econômica do Vaticano afirmou no início deste mês que a Santa Sé, o órgão administrativo central da Igreja Católica, pode ter que usar 40 milhões de euros (R$ 265 milhões) em reservas pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia.

O órgão espera déficit de cerca de 50 milhões de euros (R$ 332 milhões) neste ano. Já as receitas são esperadas em cerca de 213 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão) em 2021, queda de 30% em relação a 2020.

Os museus do Vaticano —que englobam a Capela Sistina e que receberam cerca de 6 milhões de visitantes pagantes em 2019— e a Basílica de São Pedro foram fechados ou parcialmente abertos devido à pandemia. Foi o maior período que eles estiveram fechados desde a Segunda Guerra Mundial.

Esse locais deveriam reabrir neste mês, mas terão de permanecer sem visitas por causa de um novo bloqueio imposto pelo governo da Itália.

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