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Associação de escoteiros dos EUA se aproxima de acordo com vítimas de abuso sexual

Grupo centenário entrou com pedido de proteção por falência em 2020 após milhares de denúncias virem a público

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São Paulo

A Boy Scouts of America (BSA), maior associação de escoteiros dos EUA, aproxima-se de um acordo com cerca de 84 mil pessoas que fizeram denúncias de abuso sexual contra o grupo, de acordo com o Wall Street Journal, que ouviu pessoas próximas à questão.

Os detalhes ainda estão sendo acertados, mas envolvidos na negociação disseram que a BSA já aceitou pagar cerca de US$ 250 milhões (R$ 1,25 bilhão) em dinheiro, além de outros ativos que, juntos, somam US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões). Para que o acordo se concretize, porém, é preciso que o trato seja aprovado tanto pelas vítimas quanto pela Justiça americana.

A possibilidade chega 16 meses após a BSA, entidade centenária e tradicional no país, dar entrada em um pedido de proteção por falência, decisão tomada diante de pressões financeiras com os custos crescentes para lidar com acusações de abuso sexual infantil.

Estátua de escoteiro em frente à sede da BSA, em Irving, no estado do Texas - Tim Sharp - 5.fev.13/Reuters

A medida teve como base o Capítulo 11 da lei de falências americana, que concede prazo às empresas para se reorganizarem financeiramente —similar ao que no Brasil é chamado de recuperação judicial.

Centenas de vítimas escreveram ao juiz que supervisiona a falência para descrever as violências sofridas e contar como a BSA lidou com as acusações ao longo das últimas décadas.

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No início de junho, a procuradora-geral de Michigan, Dana Nessel, anunciou que seu departamento e a polícia estadual deram início a uma investigação em torno das acusações à associação de escoteiros e que estão trabalhando para obter as informações que vieram à tona durante o processo de falência.

Em novembro do ano passado, quando chegou ao fim o prazo dado pela Justiça para que as vítimas formalizassem pedidos de indenização, foram contabilizadas cerca de 95 mil denúncias.

As acusações foram crescendo à medida que diversos estados americanos suspenderam ou afrouxaram, nos últimos anos, a prescrição de crimes de abuso sexual.

Os casos que explodiram no último ano também fazem parte do passado da BSA. Em 2010, a organização foi condenada a pagar uma multa de US$ 18,5 milhões (R$ 100,4 milhões, na cotação atual) por acobertar abusos sexuais praticados por um de seus monitores nos anos 1980.

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