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Oposição acusa presidente da Ucrânia de estabelecer ditadura, diz agência russa

Volodimir Zelenski estaria perseguindo cidadãos descontentes com imposição da língua ucraniana

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e sua equipe têm sido acusados pela oposição de adotar um sistema ditatorial no país do leste europeu e intimidar os cidadãos, segundo informou a agência estatal de notícias russa Tass nesta sexta-feira (6).

O partido Opposition Platform (plataforma de oposição) divulgou uma nota, de acordo com a agência, na qual critica um discurso de Zelenski em que o presidente sugere aos cidadãos ucranianos que discordam de seu plano de governo que deixem o país. O comunicado do partido não está disponível no site oficial da sigla.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, durante entrevista coletiva - Sergey Starostenko - 20.mai.21/Xinhua

A oposição critica também outra fala, essa de autoria do Comissário de Proteção da Língua, Taras Kremin, na qual ele diz que os ucranianos descontentes deveriam expressar suas queixas e, depois, partir para outros países, onde poderiam se sentir mais calmos.

A sigla acusa o presidente e sua equipe de apelarem para a deportação forçada de cidadãos ucranianos descontentes com a política cultural e linguística promovida pelo governo. "Nunca antes na história da Ucrânia as autoridades se aventuraram a intimidar diretamente seus próprios cidadãos", escreveu o Opposition Platform.

A legenda pede que o governo interrompa as ameaças constantes aos cidadãos e assegure igualdade, independente da etnia, língua ou preferências políticas. Volodimir Zelenski, porém, mantém o discurso. Em outra ocasião, o presidente disse que é um erro que cidadãos que se consideram russos permaneçam em Donbass —região instável e palco de conflitos na fronteira com a Rússia.

lá fora

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Vladislav Deinego, ministro das Relações Exteriores de Lugansk, república separatista da Ucrânia, disse em nota que as declarações do presidente ucraniano são uma demonstração da natureza neonazista que vem permeando a política de Kiev. "Zelenski ultrapassou todos os limites ao afirmar que os residentes de Donbass, russos por espírito, estão cometendo um 'grave erro' ao permanecer na terra de seus antepassados", disse Deinego.

No centro do debate está uma lei aprovada em meados de abril de 2019 pelo parlamento ucraniano, ainda na Presidência de Petro Poroshenko, antecessor de Zelenski. A legislação, controversa, tornou o idioma ucraniano obrigatório para trabalhadores do setor público e exigiu que canais de TV e empresas de distribuição de filmes tenham ao menos 90% de seu conteúdo em ucraniano.

A língua permeia os conflitos sociais na Ucrânia, e a nova lei jogou combustível na situação. O ucraniano é a língua predominante no oeste do país. Já no leste, prevalece o russo. O Kremlin considerou a lei discriminatória.

À época da aprovação da medida, Poroshenko a apoiou. Coube a Zelenski, porém, lidar com as consequências. Considerado um outsider, o atual presidente é um ex-comediante de TV que fez carreira ironizando os políticos tradicionais de Kiev. Ele se somou à maré global que vem conduzindo ao poder populistas com pouca ou nenhuma experiência e foi eleito de maneira esmagadora no segundo turno das eleições de 2019. ​

Poucos meses após assumir o cargo, em setembro daquele ano Zelenski se viu em meio a uma polêmica envolvendo o então presidente dos EUA, Donald Trump. Uma conversa telefônica entre os dois motivou a abertura de um processo de impeachment contra Trump. Nela, o republicano pressionou o líder ucraniano a investigar o filho de um de seus principais adversários, o democrata Joe Biden, então pré-candidato à Presidência.

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