Com a escalada das tensões entre a Rússia e a Ucrânia e a concentração de mais de 100 mil soldados russos na fronteira com o país vizinho, os EUA e outras potências ocidentais vêm emitindo alertas de que uma invasão é iminente.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o porta-voz do Pentágono, John Kirby, disseram à imprensa americana neste domingo (13) que a ofensiva poderia ocorrer ainda nesta semana, provavelmente com fortes ataques com mísseis e bombardeios, seguidos de movimentações de tropas terrestres.

O governo de Vladimir Putin, por sua vez, nega ter intenção de iniciar uma guerra e atribui os alertas americanos a uma pressão do presidente Joe Biden "para provocar histeria".

O Kremlin afirma que pode tomar "ações militares" se o Ocidente não aceitar garantias de segurança, dentre as quais a promessa de que a Ucrânia jamais vai ingressar na aliança militar do bloco —proposta que os EUA consideram inaceitável.

Neste domingo, o jornal americano The New York Times traçou um mapa, com informações da Rochan Consulting, com os pontos onde há tropas, tanques e artilharia pesada se movendo para posições que ameaçam a Ucrânia. O jornal americano atribui as informações a autoridades ucranianas e ocidentais, analistas militares independentes e imagens de satélite.

O mapa também traz estimativas sobre o tamanho do contingente militar em cada local, representado pelo tamanho dos círculos ao redor dos pontos para os quais essa informação está disponível.

As forças russas, que vinham sendo enviadas às fronteiras leste e sul da Ucrânia, recentemente abriram um novo front na fronteira norte, no território de sua aliada Belarus, o que levantou o temor de uma invasão por terra na região mais próxima à capital, Kiev. Moscou atribui o destacamento a exercícios militares conjuntos, que começaram na quinta-feira (10) e têm previsão de duração de dez dias.

O New York Times afirma também que o Kremlin colocou um poderoso sistema de defesa aérea perto da fronteira entre Ucrânia e Belarus.

O governo ucraniano tem dito que os alertas dos americanos são alarmistas. O presidente Volodimir Zelenski, declarou nesta segunda-feira (14) que considera "um grande erro" a decisão de alguns países ocidentais, incluindo EUA e Canadá, de transferir suas embaixadas de Kiev para outra cidade no oeste da Ucrânia.

Durante uma entrevista coletiva conjunta com o chanceler alemão, Olaf Scholz, Zelenski afirmou também que a adesão à Otan garantiria a sobrevivência de seu país. "Acreditamos que a adesão à Otan garantiria nossa segurança e nossa integridade territorial", disse a jornalistas.