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Descrição de chapéu Rússia

Guerra na Ucrânia: Por que Mariupol, atacada em escola e maternidade, é estratégica para a Rússia

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São Paulo

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A guerra entre Rússia e Ucrânia chega a seu 26º dia com novos relatos de ataques em áreas ocupadas por civis. Notícias de bombardeios e uso de mísseis cresceram nos últimos dias, e uma cidade concentra algumas das cenas e relatos mais emblemáticos do horror deste conflito para a população: Mariupol, no sudeste ucraniano.

  • Maternidade: em 9.mar, bombas atingiram um hospital com crianças e mulheres grávidas. Ao menos três pessoas morreram, incluindo uma gestante cuja imagem de seu resgate em uma maca correu o mundo. Oficialmente, a Rússia nega o ataque;

  • Teatro: na quarta (16), um teatro que abrigava milhares de desalojados, segundo as autoridades locais, foi atacado. A Ucrânia disse ter resgatado 130 pessoas. Moscou nega o ataque;

  • Escola de arte: no sábado (18), o alvo foi uma escola que era abrigo para cerca de 400 pessoas.

Homem que carrega galão de água passa por prédio destruído em Mariupol. - Alexander Ermochenko - 17.mar.2022/Reuters

Cerca de 80% das casas da cidade portuária foram destruídas. Dos cerca de 400 mil habitantes estimados antes do início da guerra, metade continua na cidade, escondida em porões e sem acesso a luz, água ou comida.

O destino da população está no centro de um novo impasse entre os dois países em guerra.

No domingo (20), o governo de Volodimir Zelenski recusou o ultimato da Rússia para entregar a cidade portuária. Moscou cobra a rendição dos moradores para interromper os ataques e abrir um corredor humanitário que permita a sua fuga.

O governo de Vladimir Putin, que invadiu o país vizinho, afirma que Kiev cria obstáculos para o avanço das negociações de paz e nega que esteja atacando civis.

  • Segundo a ONU, ao menos 925 civis morreram e 1.496 ficaram feridos por causas diretamente relacionadas ao conflito em pouco mais de três semanas;

  • O número deve ser ainda maior, já que muitas vítimas não puderam ser contabilizadas devido à destruição dos locais e ao cerco pelas tropas.

Novas armas: Também foi contra Mariupol que possivelmente os russos usaram pela primeira vez seu sistema de foguetes termobáricos, tipo de arma não nuclear considerada a mais destrutiva de seu arsenal. Vídeos de lançamento do TOS-1A foram divulgados por separatistas pró-Rússia na região.

Refúgio: Um hospital pediátrico de Zaporíjia se tornou o principal refúgio para civis da região de Mariupol. O enviado André Liohn acompanhou a rotina do local, que recebeu crianças em estado grave e usa barricadas com sacos de areia para evitar que estilhaços atinjam médicos e pacientes.

Não se perca

Por que Mariupol é uma cidade estratégica para a Rússia? Apresentamos três razões:

  1. Corredor: Localizada no sudeste da Ucrânia, cidade está na província de Donetsk, uma das regiões separatistas reconhecidas por Putin antes da guerra. A Rússia quer criar uma ponte entre essa região (o Donbass), e a península da Crimeia, anexada em 2014.
  2. Exportações: A cidade é uma porta para o mar de Azov, um dos dois pontos de acesso do comércio marítimo da Ucrânia, explica o colunista Mathias Alencastro. Controlar essa saída e os portos ucranianos do mar Negro colocaria a Rússia no comando de cerca de 30% da produção de trigo mundial.
  3. Extremismo: É também na região que atua o Batalhão Azov, grupo nacionalista e neonazista que treinou civis antes da guerra para lutarem contra os russos. A "desnazificação" do território ucraniano é um dos objetivos alegados por Putin para a invasão.

O que aconteceu nesta segunda (21)

  • Rússia baniu Facebook e Instagram depois de enquadrar plataformas como extremistas;

  • Kremlin convocou embaixador dos EUA para mostrar reprovação a falas de Biden contra Putin;

  • Zelenski disse que eventual acordo com a Rússia terá de passar por referendo;

  • Fundação divulgou que sobrevivente do Holocausto de 96 anos morreu em bombardeio.

Imagem do dia

Shopping no centro de Kiev destruído por bombas que mataram ao menos oito pessoas; Rússia diz que local era depósito de mísseis - Serhii Nuzhnenko/Reuters

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