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Descrição de chapéu China

China sofre derrota para os EUA em disputa de influência sobre ilhas do Pacífico

Encontro de lideranças regionais traz revés para interesses de Pequim

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Suva (Fiji) | Reuters

Em um revés para os interesses de Pequim, líderes de ilhas do Pacífico reunidos em Fiji pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus se comprometeram nesta quinta-feira (14) a não assinar acordos de segurança antes de consultar uns aos outros.

A informação foi compartilhada por Henry Puna, das Ilhas Cook, atual secretário-geral do fórum que reúne os arquipélagos da região. O peso da declaração está no fato de que, em meio à disputa contra os EUA por influência no Pacífico, a China havia tentando costurar um pacto regional de segurança com as nações insulares, o que foi rechaçado.

Frank Bainimarama (premiê de Fiji), Henry Puna (secretário-geral do Fórum das Ilhas do Pacífico) e David Panuelo (presidente dos Estados Federados da Micronésia), em Suva - William West - 14.jun.22/AFP

Os países foram além e, por meio de Puna, afirmaram ter rejeitado o tipo de abordagem chinesa, que ofertou o acordo —que também tinha linhas gerais voltadas ao comércio— a dez dos 18 membros do fórum sem tempo prévio de consulta e sem conversas conjuntas.

Referindo-se indiretamente à influência de Washington e Pequim, o secretário-geral disse que as ilhas do Pacífico "não podem se dar ao luxo de serem inimigas de ninguém". "Há oportunidades que temos de aproveitar, mas certas questões, como segurança, têm impactos regionais, e por isso os líderes precisam dialogar uns com os outros."

O avanço chinês na região ficou mais evidente em abril, quando foi assinado um acordo com as Ilhas Salomão. Recados também vieram do premiê do arquipélago, Manasseh Sogavar, nesta quinta. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, ele refutou que o acordo signifique a possibilidade de implantar uma base militar da China no país.

Disse, ainda, que isso tornaria as Ilhas Salomão uma inimiga regional e alvo de potenciais ameaças. Sogavar afirmou que a Austrália seguirá sendo a parceira prioritária do país e que o envio de agentes de segurança de Pequim só seria solicitado caso houvesse um vácuo de apoio que Camberra não pudesse suprir.

"Se houver alguma lacuna, não permitiremos que nosso país vá por água abaixo. Pediremos o apoio da China. Mas deixamos muito claro para os australianos que eles são o parceiro principal quando se trata de questões de segurança na região. Vamos chamá-los primeiro."

Os EUA, por sua vez, obtiveram maior espaço no encontro em Fiji, com a vice-presidente Kamala Harris tendo sido convidada para participar de uma reunião virtual. Nela, foi anunciada a abertura de duas novas embaixadas dos EUA na região —uma em Tonga e outra em Kiribati—, assim como a triplicação do financiamento americano para a região nos próximos dez anos, chegando a US$ 60 milhões, algo que ainda deve ser aprovado pelo Congresso.

Em Pequim, o jornal estatal Global Times, crítico a Washington, disse que a estratégia exposta por Kamala prioriza a geopolítica de combate à China em detrimento das necessidades da região. "As ilhas do Pacífico tendem a não tomar partido entre China e EUA, mas perceberão as tentativas dos EUA de transformar o Pacífico Sul na vanguarda da competição contra a China", afirmou a publicação chinesa.

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