Siga a folha

Descrição de chapéu América Latina

Venezuela emite mandado de prisão contra jornalista por 'apologia de magnicídio'

Carla Angola disse que EUA poderiam matar Maduro com drone, como fizeram com líder da Al Qaeda

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Caracas | AFP

A Venezuela emitiu um mandado de prisão contra Carla Angola, 46, jornalista crítica ao regime do ditador Nicolás Maduro que vive em Miami, por "apologia de magnicídio", informou o procurador-geral, Tarek William Saab, nesta quinta-feira (4).

"O Ministério Público solicitou o mandado de prisão contra essa senhora pelo suposto cometimento do crime de apologia do crime de magnicídio", afirmou Saab. "Ela instigou a perpetração do assassinato do presidente da República."

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, em Caracas - Yuri Cortez - 11.jul/AFP

A ação contra Angola foi aberta após a transmissão, na segunda-feira (1º), do programa de opinião que ela apresenta na emissora americana EVTV, com programação voltada a migrantes venezuelanos.

"Os EUA enviam um drone e desaparecem com esse homem", disse Angola a um entrevistado, referindo-se à morte do líder da Al Qaeda Ayman al-Zawahiri, no fim de semana passado, em Cabul (Afeganistão). "Por que não fazem o mesmo com Maduro? E aqui obviamente não estamos fazendo apologia do seu assassinato, mas é uma pergunta válida."

Saab criticou a declaração, dizendo que a jornalista tratou de uma eventual ação para a morte do ditador "como se fosse uma piada".

A profissional reagiu ao mandado de prisão, que chamou de "exercício de terrorismo de Estado por parte do regime de Maduro e seu procurador".

Antes de migrar para os EUA, Angola apresentava um programa de opinião no canal de notícias Globovisión, que foi uma trincheira para a oposição ao regime até sua venda, em 2013, para um empresário próximo do chavismo. Após a mudança de comando no grupo, ela e outros jornalistas pediram demissão.

A Venezuela tem um dos piores índices internacionais de liberdade de imprensa, em um contexto em que a autocensura também é grande, para evitar sanções administrativas que poderiam levar ao fechamento dos veículos privados que ainda restam.

A RCTV, emissora de televisão emblemática e crítica do chavismo, fechou em 2007 depois de ter a prorrogação de sua concessão rejeitada.

O grupo proprietário do Últimas Noticias, jornal de maior circulação do país, foi vendido em 2013, e o jornal centenário El Universal, um ano depois. Ambos suavizaram a linha editorial depois da mudança de proprietário.

Saab anunciou também uma investigação contra o marido de Carla Angola por uma disputa pela titularidade de uma propriedade em Caracas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas