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Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Bombardeio atinge área residencial e deixa ao menos 13 mortos em Zaporíjia, diz Ucrânia

Ataque acontece um dia depois de explosão destruir parte da ponte estratégica que conecta o território russo à Crimeia

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Kiev | Reuters e AFP

Ao menos 13 pessoas morreram e outras 89 ficaram feridas durante um bombardeio neste domingo (9) que atingiu áreas residenciais em Zaporíjia, região no sul da Ucrânia que a Rússia diz ter anexado mesmo sem deter o controle total. Fontes oficiais não confirmam, mas há relatos de que o número de mortos pode ser 17.

O ataque aconteceu um dia depois de uma explosão destruir parte da ponte estratégica que conecta o território russo à península da Crimeia, ameaçando a linha de suprimento da Rússia —a estrutura é considerada rota crucial de abastecimento para as tropas do Kremlin no país invadido.

Bombeiro trabalha em área residencial atingida durante bombardeio em Zaporíjia, na Ucrânia - Serviço de emergência da Ucrânia/AFP

O episódio da véspera desencadeou uma guerra de versões, e neste domingo o presidente Vladimir Putin acusou a Ucrânia de estar por trás da ação no estreito de Kertch, definido por ele como um ato terrorista. As mesmas palavras partiram de Kiev ao tratar da ofensiva em Zaporíjia; o ucraniano Volodimir Zelenski prometeu que os envolvidos serão responsabilizados.

"Zaporíjia novamente. Ataques impiedosos contra pessoas pacíficas novamente. Em prédios residenciais, bem no meio da noite", escreveu Zelenski nas redes sociais. "Mesquinharia absoluta. Mal absoluto. Selvagens e terroristas. Daquele que deu essa ordem a todos que a cumpriram. Eles vão assumir a responsabilidade diante da lei e das pessoas".

Oleksandr Starukh, governador da região, afirmou que pelo menos 12 mísseis foram disparados de aviões. Autoridades ucranianas relataram que o bombardeio danificou casas, blocos de apartamentos e centros educacionais. Um prédio de nove andares foi parcialmente destruído.

Das 89 pessoas feridas, entre as quais dez crianças, 60 tiveram de ser hospitalizadas. No prédio de nove andares, a operação de resgate foi dificultada por um incêndio que começou nos escombros, segundo Starukh. "Retiramos as pessoas rapidamente e já salvamos oito, mas quando o fogo começa, as pessoas [sob os escombros] praticamente não têm chance de sobreviver, pois não há oxigênio".

Equipes de emergência isolaram a área e removem escombros numa tentativa de encontrar outros sobreviventes. No bloco do prédio que não veio totalmente a baixo, aparelhos eletrodomésticos ficaram expostos e pendurados na fachada. Carros próximos da área atingida também foram destruídos.

Na madrugada desta segunda (10) pelo horário local, noite de domingo no Brasil, um novo bombardeio em Zaporíjia atingiu um prédio residencial e deixou moradores feridos, informou Starukh.

Foi o quarto ataque em poucos dias à região considerada estratégica na Guerra da Ucrânia. Na quinta (6), um míssil destruiu um prédio residencial de cinco andares em Zaporíjia, matando ao menos três pessoas. Antes, a Ucrânia chamou de "cínico" um ataque também atribuído à Rússia contra um comboio de carros civis, que deixou ao menos 30 mortos no final de setembro.

A Rússia não se manifestou oficialmente sobre o ataque deste domingo em Zaporíjia, mas tem negado reiteradamente ter civis como alvos durante o que chama de "operação militar especial" no país vizinho.

A cidade, capital da região homônima, permanece sob controle ucraniano. O município considerado estratégico fica a 52 km da maior usina nuclear da Europa, ocupada por Moscou e que tem provocado temores devido ao potencial de catástrofe radioativa em decorrência do conflito.

No mês passado, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) informou que combates na região violaram "a integridade física" da usina. Diante do aumento de tensão, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que a instalação seja assumida pela estatal russa Rosatom.

Também neste domingo, mergulhadores avaliaram os danos causados pela explosão na ponte que liga a Rússia à Crimeia. "A situação é administrável. É desagradável, mas não fatal", disse o governador russo da província, Serguei Aksionov. "É claro que há um desejo saudável de vingança."

O Ministério dos Transportes da Rússia disse que trens de carga e de passageiros de longa distância estavam funcionando normalmente. O tráfego rodoviário permanece limitado —ônibus e outros veículos pesados continuam sendo transportados em balsas.

Com o episódio ainda reverberando, Putin deve participar nesta segunda (10) de uma reunião com o Conselho de Segurança da Rússia. A Casa Branca se recusou neste domingo a comentar a explosão, mas informou que continuará fornecendo armas à Ucrânia. "Putin começou essa guerra, e Putin pode encerrá-la hoje, simplesmente retirando suas tropas", disse o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, à rede americana ABC.

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