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Memorial de Auschwitz critica vídeo de partido na Polônia com imagens do campo nazista

Publicação do Lei e Justiça tenta desencorajar pessoas a comparecer a marcha da oposição

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Varsóvia | Reuters

O Memorial de Auschwitz condenou nesta quarta-feira (31) a publicação nas redes sociais de um vídeo de campanha política na Polônia com imagens do campo de concentração nazista. A postagem foi feita nas contas oficiais do partido conservador Lei e Justiça (PiS), hoje no poder, para desencorajar manifestantes a comparecer a uma marcha convocada pela oposição e marcada para domingo (4), em Varsóvia.

Com imagens do campo nazista como pano de fundo, a publicação resgata um post no Twitter feito em março por Tomasz Lis, ex-editor da revista Newsweek e crítico do governo. Na ocasião, ele escreveu que haverá "uma câmara" para o líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, e para o presidente polonês, Andrzej Duda.

A publicação de Lis aparece sobreposta à imagem do portão do campo com a famosa inscrição "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). "Você realmente quer marchar sob este slogan?", questiona o vídeo do PiS.

Lis apagou e se desculpou pela publicação, mas disse que sua mensagem foi mal interpretada e que ele pretendia escrever "cela" em vez de "câmara". "Na linguagem da prisão, uma cela solitária é uma 'câmara'. Quem já esteve na prisão ou leu livros sabe", disse o jornalista, que nega apoiar o nazismo.

Diante da polêmica, o Memorial de Auschwitz criticou a exploração do Holocausto na política. "A instrumentalização da tragédia em que pessoas sofreram e morreram no campo nazista alemão de Auschwitz —em ambos os lados da disputa política— é um insulto à memória das vítimas", escreveu. "É uma manifestação triste, dolorosa e inaceitável da corrupção moral e intelectual do debate público."

Trecho de publicado pelo partido Lei e Justiça (PiS) com imagens do campo de concentração de Auschwitz - Reprodução/ Twitter @pisorgpl

Criado em 1940 pela Alemanha nazista na Polônia ocupada, a princípio para abrigar prisioneiros políticos poloneses, Auschwitz se tornou o maior dos centros de extermínio em que foi colocado em prática o plano do ditador Adolf Hitler de matar todos os judeus —a chamada "Solução Final". Dos 6 milhões de judeus mortos no Holocausto, cerca de 1 milhão de pessoas foram assassinadas no local. Procurado pela agência de notícias Reuters, o Lei e Justiça não se manifestou sobre as críticas feitas pelo memorial.

Não é a primeira vez que o Memorial de Auschwitz repudia o que considera uma banalização do Holocausto. No mês passado, a instituição criticou as pessoas que visitam o campo de concentração e fazem fotos "descoladas". A manifestação aconteceu após viralizar uma fotografia de uma mulher que sorri com pose descontraída, sentada sobre os trilhos que levam à entrada do local.

Mulher posa para foto em frente ao antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polônia - Reprodução/@MariaRMGBNews via Twitter

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