Ao menos 45 sacos com restos humanos foram encontrados em um barranco no estado de Jalisco, no oeste do México. A descoberta aconteceu durante uma operação de busca de oito jovens reportados como desaparecidos nos últimos dias, informaram autoridades locais na quinta-feira (1º).

Os sacos foram descobertos no fundo de uma ravina de cerca de 40 metros no município de Zapopan, um subúrbio da cidade de Guadalajara. Segundo comunicado feito pelo Ministério Público estadual, algumas características físicas dos jovens desaparecidos coincidem com os restos mortais encontrados.

A nota acrescenta, no entanto, que apenas os resultados do Instituto Estatal de Ciências Forenses confirmarão o número de corpos e a suas identidades. A descoberta ocorreu na terça-feira (30), mas os funcionários do governo seguem os trabalhos de busca.

A informação foi repassada aos parentes dos desaparecidos —seis homens e duas mulheres, todos na faixa dos 30 anos. Eles foram vistos pela última vez entre 22 e 29 de maio, de acordo com várias denúncias. O grupo trabalhava em um call center.

O local onde os desaparecidos trabalhavam fica próximo da área onde os restos humanos foram encontrados. De acordo com as primeiras investigações, o call center estaria envolvido em atividades ilegais. Essa suposição, no entanto, foi rejeitada pelos familiares dos jovens, que acusaram as autoridades de criminalizar as vítimas.

Segundo o jornal El País, as autoridades encontraram maconha e tecidos com aparentes manchas de sangue, além de documentos sobre a suposta venda fraudulenta de planos de férias para idosos dos EUA. O call center também não tinha licença para funcionar, de acordo com o Ministério Público.

Jalisco é o estado mexicano que registra o maior número de pessoas desaparecidas, com mais de 15 mil, de acordo com números do governo federal divulgados no fim de 2022. Nos últimos anos, foram encontrados restos humanos em sacos ou em covas clandestinas em diferentes áreas da região.

O México registra mais de 340 mil homicídios e cerca de 100 mil desaparecidos, a maioria atribuída a organizações criminosas, desde o início de uma controversa ofensiva militar antidrogas promovida pelo governo em dezembro de 2006.