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Lula volta a relativizar conceito de democracia após críticas sobre Venezuela

Presidente tenta se afastar de discussões externas à política doméstica após série de declarações criticadas

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Brasília

Na esteira de declarações em que relativizou o fato de o regime de Nicolás Maduro na Venezuela ser uma ditadura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar sobre o tema nesta quinta (6).

"Cada um de nós compreende a democracia do jeito que a gente quer", disse o petista. "Aqui no Brasil eu vejo a democracia de um jeito, e eu a exerço. Eu duvido que alguém exerça democracia com mais plenitude do que eu", afirmou o petista em entrevista ao SBT.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Gabriela Biló/Folhapress

O presidente não relacionou diretamente a declaração ao contexto de Caracas, mas as falas sucedem outros momentos em que Lula disse que o conceito de democracia seria relativo.

Por essas declarações, foi criticado por intelectuais e ativistas e inclusive ouviu opiniões contrárias de aliados, como foi o caso de sua ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).

As falas de Lula seguem ainda declarações que ele deu mais cedo tentando se afastar de questões externas à política doméstica brasileira. Durante um evento do setor industrial, o petista havia dito que não iria "se meter" em assuntos relativos à Guerra da Ucrânia, ainda que por diversas vezes tenha falado do tema e também tenha tentado colocar Brasília como uma negociadora pelo fim do conflito.

Ao SBT Lula disse que tem "um Brasil com 203 milhões de habitantes para se preocupar". "Tenho 33 milhões de pessoas passando fome, milhões desempregadas. Não quero priorizar a Venezuela. Quero priorizar o Brasil", afirmou o presidente, que em maio recebeu Maduro em Brasília e elogiou o encontro.

"A Venezuela é problema dos venezuelanos. Cuba é problema dos cubanos. Os americanos são problema dos americanos. E o Brasil é um problema de nós, brasileiros, que eu quero cuidar com muito carinho."

A fala do presidente ocorre ainda dois dias depois de ter dito não conhecer os "pormenores" da decisão da Controladoria-Geral venezuelana que tornou inelegíveis os principais opositores de Maduro nas eleições de 2024. Durante a cúpula do Mercosul na Argentina, o petista voltou a defender que haja diálogo com o regime, suspenso do bloco desde 2016 por sua constante guinada autoritária.

Ainda ao SBT, o presidente voltou a defender a libertação de Julian Assange, fundador do Wikileaks que, hoje preso em Londres, pode a qualquer momento ser extraditado aos EUA. "Por que o Assange está preso? Ele deveria ter recebido o prêmio Nobel." O presidente mais de uma vez disse nas redes sociais que a prisão de Assange, que enfrenta acusações que podem lhe render 175 anos de prisão, viola a democracia. Em novembro, o islandês Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do Wikileaks, esteve no Brasil e conversou com pessoas do entorno de Lula, à época presidente eleito, para pressionar por ajuda pública.

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