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Colisão em solo também foi causa do maior acidente aéreo da história

Choque entre Boeings na Espanha, em 1977, deixou 583 mortos

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São Paulo

Colisões entre aeronaves em solo como a desta terça-feira (2) no aeroporto de Haneda, no Japão, são ocorrências relativamente raras na aviação. Foi esta a causa, porém, do acidente mais mortal já registrado na história.

Em 27 de março de 1977, após uma série de falhas, os Boeings 747 da Panam Airways e da KLM bateram na pista de decolagem do aeroporto Los Rodeos, em Tenerife, nas ilhas Canárias, na Espanha. Foram 583 mortos, e 61 pessoas sobreviveram.

Destroços do Boeing 747 da KLM que colidiu com outra aeronave do mesmo modelo, da Pan Am, em aeroporto nas Ilhas Canárias (Espanha), em março de 1977; acidente deixou 583 mortos - Dutch National Archives - 27.mar.1977

O avião da KLM vinha do aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, rumo às ilhas Canárias. O outro, da americana Pan Am, havia decolado do aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, com o mesmo destino.

Naquele dia, uma bomba explodiu no terminal de Las Palmas, para onde se dirigiam originalmente ambos os aviões. O atentado foi reivindicado pelo grupo separatista Movimento pela Autodeterminação e Independência do Arquipélago Canário (MPAIAC). Com a ameaça de uma segunda bomba, os voos foram desviados para Los Rodeos, na ilha de Tenerife, um aeroporto menor.

Diante das mudanças de orientações da torre de controle e da visibilidade prejudicada pela neblina, o Boeing da KLM se locomoveu pela pista na qual se encontrava o avião da Pan Am, e os dois colidiram.

Havia 248 pessoas (234 passageiros e 14 tripulantes) a bordo no voo da KLM, das quais nenhuma sobreviveu. O Boeing da Pan Am transportava 396 pessoas (380 passageiros e 16 tripulantes). Dessas, 335 morreram, e as 61 restantes conseguiram escapar. Uma delas foi o capitão Robert Bragg, copiloto daquele voo.

Em 2016, Bragg contou à emissora britânica BBC o que lembrava da tragédia e responsabilizou o piloto da KLM por ela. "Naquele momento, ninguém sabia quanto tempo o aeroporto de Las Palmas ficaria fechado. Estávamos ali simplesmente esperando. O aeroporto abriu cerca de uma hora e meia depois e todo mundo começou a se preparar para decolar", disse ele à época.

"O KLM estava estacionado bem na nossa frente, e o piloto decidiu reabastecer quase ao mesmo tempo em que reabriram o aeroporto de Las Palmas", declarou. Para ele, o piloto holandês Jacob van Zanten talvez estivesse com pressa para seguir em frente. "Você não pode ter pressa; tem que esperar. Não pode se apressar para decolar ou aterrissar."

O avião da Pan Am recebeu a ordem de deixar a pista para permitir a decolagem do Boeing da KLM. Mas não ficou claro por onde a aeronave deveria sair, e por isso ela ainda estava na pista quando a da KLM começou a acelerar, levando à colisão.

Segundo o Ministério de Aviação espanhola afirmou à época, Van Zanten decidiu iniciar o procedimento sem ter recebido autorização dos controladores de voo.

As equipes de resgate relataram que sobraram apenas os restos dos dois aviões, espalhados em um raio de 500 metros. O aeroporto fechou para pousos e decolagens por vários dias.

Em 8 de outubro de 2001, um acidente de circunstâncias semelhantes deixou 118 mortos e 4 feridos no aeroporto de Linate, em Milão. Às 8h15 locais, uma pequena aeronave particular invadiu a pista de onde se preparava para decolar um MD-87 da companhia aérea escandinava SAS.

Fuselagem do avião MD-87 da empresa Scandinavian Airlines System, que colidiu com outra aeronave no aeroporto de Linate, em Milão - Stefano Rellandini/Reuters

Após a colisão, o avião da SAS, que estava a aproximadamente 300 km por hora e prestes a começar seu voo, deu um giro de 45º e avançou até o hangar que armazenava bagagens do aeroporto. Em seguida, a aeronave explodiu e se transformou em uma "imensa bola de fogo", segundo a descrição de testemunhas do acidente.

Todos os que estavam nos dois aviões morreram, além de quatro funcionários na pista.

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