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Milei se muda para residência oficial na Argentina à espera de canil

Presidente aguarda construção de abrigo para seus cinco cães clonados na Quinta de Olivos, a 17 km de Buenos Aires

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Buenos Aires

Depois de quase três meses se hospedando em um hotel no centro de Buenos Aires, Javier Milei finalmente se mudou para a residência oficial da Presidência da Argentina. A partir desta segunda (8), o dirigente vai viver e trabalhar na chamada Quinta de Olivos, no município de Vicente López, ao norte da capital.

A mudança ocorre um mês depois de sua posse, em 10 de dezembro, e parte da demora se deve à burocracia para construir os canis onde viverão seus "filhos de quatros patas". São cinco cães da raça mastim inglês, todos clones de Conan, cachorro que o líder já descreveu como seu melhor amigo e morreu em 2017.

A Quinta dos Olivos, a residência oficial do presidente da Argentina, no subúrbio de Buenos Aires - Wikimedia Commons

"Meus filhinhos ainda não podem se mudar porque são muito grandes. Saíram maiores que a média para a raça. Um deles mede dois metros em [pé sobre as] duas patas, para terem uma ideia, e alguns pesam mais de 100 kg", disse Milei à rádio local Mitre neste domingo (7).

"A casa que poderíamos adaptar para eles ficarem não é uma construção muito forte para que sejam colocados os canis de ferro e todas essas coisas. Precisávamos fazer reforços nas paredes, e esses materiais são importados, e como eu não quero usar nenhum privilégio associado à minha posição, estou na fila esperando que cheguem os materiais para que isso possa ser terminado", disse.

O presidente já havia indicado que trabalharia a maior parte do tempo na residência oficial, não na Casa Rosada, no centro de Buenos Aires. Ele deve fazer o trajeto de 17 km até lá apenas às terças e quintas-feiras, segundo seu porta-voz Manuel Adorni, para as reuniões de gabinete que mantém com seus ministros entre 8h e 10h.

Além de receber os canis, a Quinta de Olivos foi pintada, teve os colchões trocados e passou por adaptações em quartos de hóspedes para funcionários como sua irmã Karina Milei (secretária-geral da Presidência), Nicolás Posse (chefe de gabinete) e Sandra Pettovello (ministra de Capital Humano), afirma o jornal La Nacion.

A mudança começou no domingo, com o transporte de objetos menores, e deve ser terminada nesta segunda. A comediante e imitadora Fátima Florez, com quem Milei anunciou seu namoro durante a campanha presidencial, em agosto, deslocou-se junto com ele e deve acompanhá-lo pelo menos nesta primeira noite.

Segundo a jornalista Liliana Franco, autora do livro "Os Secredos da Casa Rosada" (2017) e colunista do portal Ámbito Financiero, a demora na mudança de Milei não aconteceu exclusivamente pelos canis, mas pelas burocracias para as adaptações da residência oficial em geral.

O ex-presidente Alberto Fernández e seu sucessor, Javier Milei, se encontraram pela primeira vez na Quinta de Olivos, em 21 de novembro - Xinhua/Presidência da Argentina - 21.nov.2023

A arquiteta que projetou o espaço para os cães, por exemplo, precisou passar por autorizações para entrar no local, e a pessoa que será uma espécie de governanta da casa ainda não foi nomeada —integrantes do governo dizem que a obra será paga com dinheiro privado de Milei.

Paralelamente a isso, a demora teria ocorrido devido a uma suposta "limpeza de energias" na propriedade, versão que circula em diversos meios locais. "Não sei no que consistiu [essa limpeza energética], mas não foi somente pintar etc. Encontraram coisinhas estranhas", disse Franco à rádio Mitre.

A Quinta de Olivos foi doada ao governo argentino em 1918 por Carlos Villate Olaguer, herdeiro sem filhos de uma família abastada. A doação estabelece que a propriedade deve ser ocupada pelo presidente, caso contrário pode retornar à família, um dos fatores que acelerou a mudança mesmo sem as reformas concluídas.

Há um mês no governo, Milei tem testado o equilíbrio dos três Poderes na Argentina, ao propor mais de mil artigos que alteram leis para dar um choque liberal na economia e promover mudanças nos sistemas trabalhista, tributário e eleitoral.

Mais de 300 desses artigos foram impostos por um decreto de urgência, e mais de 600, por uma "Lei Ómnibus" enviada ao Congresso, sendo que ambos começarão a ser discutidos no Legislativo nesta semana. A parte trabalhista das reformas já foi suspensa por três decisões judiciais, a última delas nesta segunda.

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