Adolescente morre após ser espancado na saída da escola na França
Caso comove cidade nos arredores de Paris na mesma semana que uma jovem ficou em coma após agressão em Montpellier
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Um adolescente de 15 anos morreu nesta sexta-feira (5) após ser espancado na véspera ao sair da escola na França.
A agressão ocorreu em Viry-Châtillon, 20 quilômetros ao sul de Paris, dois dias depois de uma ocorrência semelhante em Montpellier, no sul do país, em que uma adolescente que chegou a entrar em coma, mas já se recupera.
As escolas "devem continuar sendo um santuário" diante "de uma forma de violência desinibida entre nossos adolescentes", afirmou o presidente da França, Emmanuel Macron, durante visita a uma escola em Paris antes de saber da morte do jovem em Viry-Châtillon.
"Diante desse crime bárbaro e da violência, nossa sociedade não cederá", afirmou na rede social X a porta-voz do governo, Prisca Thevenot, assegurando que os autores serão punidos.
A Justiça francesa abriu uma investigação por assassinato, e a Promotoria em Evry, nos arredores de Paris, informou nesta sexta que quatro adolescentes e um adulto foram detidos.
Líder da ultradireita no país, Marine Le Pen condenou na mesma linha o que chamou de "barbárie que corrói a sociedade" e pediu ao governo de Macron, pressionado pela direita em questões de segurança, que perceba a extensão do problema
Havia grande comoção nesta sexta-feira no colégio Les Sablons, onde estudava o adolescente morto, identificado como Shamseddine. Seus colegas o descrevem como um jovem sorridente e "sem problemas", que conversava com todo mundo. "Não podem fazer isso a um jovem de 15 anos", disse à AFP um amigo da vítima que preferiu não ser identificado.
A agressão ocorreu por volta das 16h30 de quinta. Várias pessoas "agrediram violentamente" o jovem após ele sair da aula, e um transeunte o encontrou "gravemente ferido" em uma rua próxima, segundo a Promotoria. De acordo com um funcionário da polícia, três jovens usando balaclavas atacaram Shamseddine no saguão de um prédio.
No caso do ataque em Montpellier, o promotor local, Fabrice Belargent, indicou que a agressão poderia estar "no contexto de um grupo de adolescentes que costumavam se insultar" nas redes sociais.
Três jovens de 14 e 15 anos foram acusados de tentativa de homicídio, anunciou a Promotoria na sexta. Quando foram detidos na quarta-feira (3), os três confessaram a agressão, segundo o Ministério Público.
Após sair do coma na quarta-feira, Samara, a jovem agredida em Montpellier, pôde confirmar a agressão à aos investigadores. À imprensa local, sua mãe afirmou que a jovem sofria bullying na escola, especialmente de uma colega de classe, e que isso poderia estar relacionado a um conflito sobre sua forma de se vestir e suas práticas religiosas.
A ministra da Educação Nacional, Nicole Belloubet, ordenou uma investigação administrativa. "Temos uma política muito firme contra o bullying", apontou.
A luta contra o bullying escolar é uma das prioridades do governo de Macron, que também busca reforçar a "autoridade" na escola.
"Talvez tenhamos que aprender novamente a punir, a ser fortes, a ser firmes", disse a jornalistas o prefeito de Viry-Châtillon, Jean-Marie Vilain, para quem é preciso ensinar às crianças que há consequências para delitos.
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