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Real estado mental de Biden foi encoberto, diz Rússia

Chancelaria diz que gafes evidenciam o que mídia e 'deep state' esconderam; Kremlin critica fala contra Putin

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São Paulo

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta sexta-feira (12) que o estado mental do presidente Joe Biden foi a principal notícia da cúpula da Otan, realizada de terça (9) a quinta (11) em Washington, e que ele havia sido escondido do público pela mídia e pelo "estado profundo" dos EUA.

O líder cometeu gafes como chamar o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, pelo nome de seu rival russo, Vladimir Putin, e também chamou sua vice, Kamala Harris, pelo nome de seu adversário, Donald Trump.

Zelenski ri após Biden trocar nomes e chamá-lo de Putin, segundos antes - Reuters

Para a porta-voz da pasta, Maria Zakharova, os auxiliares de Biden que tentaram mostrá-lo como competente ao longo dos meses que antecedem as eleições de novembro contra Trump "apenas pioraram as coisas".

Naturalmente, ela não apresentou evidências de sua fala. O "estado profundo" ("deep state", em inglês) é um termo usualmente citado por teóricos da conspiração da direita populista para definir uma casta que une políticos e personalidades progressistas a uma burocracia enraizada, que os republicanos nos EUA sempre associam ao Partido Democrata.

Desde seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump fala em "drenar o pântano" do "estado profundo", que buscaria controlar todos os aspectos da vida americana.

Já o Kremlin afirmou que "o mundo todo" prestou atenção nas confusões de Biden na noite de quinta, mas as minimizou como escorregões que ganharam dimensão exagerada "devido ao debate aquecido" da corrida eleitoral. As frases foram ditas na manhã desta sexta (12) por Dmitri Peskov, o porta-voz de Putin.

Ao chamar Zelenski pelo nome do presidente russo, o americano até se recuperou rapidamente, dizendo que estava "obcecado em derrotar Putin", ante um Zelenski que não conteve a risada.

Mas a confusão foi amplamente divulgada em redes sociais e meios de comunicação, amplificada por uma semelhante durante a entrevista coletiva dada a seguir por Biden.

Nela, o americano chamou Trump de vice-presidente, no lugar da titular da vaga, Kamala Harris, uma das candidatas naturais a assumir a vaga de Biden na disputa. A pressão para que isso aconteça está em alto nível desde que o líder fracassou em um debate com o republicano há duas semanas, demonstrando incoerência e fragilidade.

Peskov voltou a dizer que o problema é dos EUA. "Isso não é nosso tópico. É um tópico para os EUA. Deixe os eleitores americanos determinarem as chances dos candidatos", afirmou. Antes, Putin havia dito que preferia que Biden vencesse, porque ele era um político tradicional e previsível.

Por óbvio, isso foi lido como um apoio a Trump, com quem Putin é associado nos meios políticos ocidentais desde a campanha vitoriosa do republicano em 2016. O ex-presidente é um admirador do russo e já sugeriu que pressionará a Ucrânia a ceder em caso de triunfo eleitoral neste ano, mas recentemente tem feito críticas pontuais ao Kremlin.

O porta-voz criticou, contudo, a fala de Biden sobre sua vontade de derrotar Putin. "Para nós isso é inaceitável. Não faz um chefe de Estado americano ficar bem na foto", afirmou. Os EUA são o principal fornecedor de apoio militar a Kiev desde a invasão de 2022, e na quinta anunciaram mais um pacote de ajuda que inclui sistemas antiáereos.

Acerca disso e da possibilidade de autorização de uso de armas de longo alcance ocidentais contra a Rússia pelos ucranianos, Peskov voltou a dizer que a situação configura uma escalada perigosa.

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