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Descrição de chapéu Estados Unidos 11 de setembro

Governo Biden cancela acordo com acusados do 11 de Setembro, diz jornal

Após repercussão negativa, secretário de Defesa assume controle do caso e retoma possibilidade de pena de morte

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São Paulo

Após repercussão negativa em parte da imprensa americana em ano de eleição, o governo Joe Biden cancelou o acordo que fez com três homens acusados de envolvimento nos ataques de 11 de Setembro de 2001 e retomou a possibilidade de que recebam a pena de morte. As informações são do jornal The New York Times.

Segundo o jornal, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, publicou uma ordem retirando a general de brigada Susan Escallier do caso. Ela havia assinado o acordo com Khalid Shaikh Mohammed, Walid Bin Attash e Mustafa al Hawsawi, presos em Guantánamo há mais de década, que garantiria suas confissões em troca de prisão perpétua —até então, o governo pedia a pena de morte. Agora, essa volta a ser a posição do Pentágono.

O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, durante viagem diplomática à Manila, nas Filipinas - Lisa Marie David - 30.jul.24/Reuters

Na ordem emitida nesta sexta (2), Austin disse que a importância do caso significa que a decisão sobre um eventual acordo com os homens, acusados de ajudar a planejar o ataque terrorista, precisava ser tomada por ele próprio, na condição de chefe do Pentágono. O acordo foi assinado quando Austin estava em viagem internacional.

Conversas em torno da possibilidade de um acordo entre os réus e a procuradoria avançaram durante o governo Joe Biden. A ideia era que os homens se declarassem culpados em troca de uma sentença de prisão perpétua (em vez da pena de morte), maior contato com suas famílias e um tratamento para as sequelas sofridas por anos de tortura que sofreram em Guantánamo.

Os homens foram formalmente acusados em 2012, mas até agora o julgamento não havia sido iniciado em razão de uma batalha de recursos. Os cinco confessaram o crime em 2007 –depois de anos sob tortura.

Por isso, a defesa argumenta que as declarações são inadmissíveis como prova. A acusação teme que elas sejam descartadas, enfraquecendo as chances dos réus serem condenados à morte, gerando um impasse que levou o processo a se arrastar por anos. O acordo anunciando na quarta-feira (31) foi recebido como, enfim, um desfecho para o caso.

Mas o governo Biden enfrentou repercussão negativa de veículos de imprensa mais à direita —uma capa do jornal New York Post desta quinta (1º) estampou a foto de um dos acusados com a manchete "atrocidade de Justiça: mentor intelectual do 11 de Setembro é poupado da pena de morte em acordo chocante —ele merece o inferno".

Com a decisão desta sexta do Pentágono, o caso volta para a incerteza.

A Folha esteve em Guantánamo no início do ano, quando acompanhou o testemunho do psicólogo James Mitchell, apontado como uma das mentes por trás das chamadas "técnicas avançadas de interrogatório" usadas pela CIA em prisões secretas pelo mundo, conhecidas como "black sites", nos primeiros anos da Guerra ao Terror iniciada após o 11/9.

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