Siga a folha

Reitora da Universidade Columbia renuncia ao cargo meses após onda de protestos

Instituição em Nova York foi epicentro de manifestações contra o apoio dos EUA a Israel na guerra contra o Hamas

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Washington | Reuters

A reitora da Universidade Columbia, Minouche Shafik, anunciou sua renúncia nesta quarta-feira (14), quase quatro meses após uma onda de protestos contra o apoio dos Estados Unidos a Israel na guerra contra o Hamas varrer instituições de ensino americanas.

No email em que justifica seu afastamento, enviado a alunos e funcionários, Shafik descreveu o período das manifestações como uma época turbulenta, em que "foi difícil superar as visões divergentes em nossa comunidade", e afirmou que ela teve um impacto considerável sobre a sua família.

Minouche Shafik fala como testemunha ao Comitê de Educação da Câmara dos Deputados dos EUA, em abril - AFP

Com o anúncio, Shafik se junta a outras reitoras que também renunciaram a seus cargos em razão dos protestos —Elizabeth Magill e Claudine Gay, da Universidade da Pensilvânia e da Universidade Harvard, respectivamente.

As duas últimas deram depoimentos ao Congresso americano em dezembro passado, meses depois do início da guerra Israel-Hamas. Acusadas de leniência em relação a supostas demonstrações antissemitas por parte dos estudantes, elas defenderam até o fim o direito de expressão sob o prisma da Primeira Emenda da Constituição americana, segundo o qual mesmo o discurso de ódio é protegido, desde que não cruze a linha para ações violentas, incitação da violência ou ameaças.

Já Shafik foi chamada a testemunhar diante da Câmara em abril deste ano, quando as manifestações em Columbia chegaram a seu ápice, com estudantes invadindo prédios da universidades.

A ocupação só foi desmobilizada depois que Shafik acionou o Departamento de Polícia de Nova York. A decisão irritou estudantes e outros membros da comunidade acadêmica favoráveis aos protestos, mas não pareceu ser suficientemente dura para os que acusavam os atos de serem antissemitas.

No final daquele mesmo mês, o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, por exemplo, criticou a forma como Shafik conduziu o incidente. "Hoje me junto a outros colegas que também pedem que a reitora renuncie se não conseguir pôr ordem a este caos imediatamente", disse ele ao lado de outros parlamentares durante uma visita ao campus de Columbia.

Antes, ele havia descrito Shafik, primeira mulher a assumir a reitoria de Columbia, como uma "líder incompetente" e "muito fraca" em uma entrevista de rádio. A economista de origem egípcia presidiu a London School of Economics, uma das instituições mais prestigiosas do Reino Unido, de setembro de 2007 a julho de 2023. Antes disso, foi vice-presidente do Banco Mundial e ocupou cargos de gerência no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco da Inglaterra.

A renúncia de Shafik ocorre em um momento inesperado, dado que o início de um novo período letivo ocorre em algumas semanas. Sua decisão tem efeito imediato, e ela assume em breve um posto na Secretaria de Relações Exteriores do Reino Unido. Enquanto isso, seu lugar será ocupado de fo rma interina por Katrina Armstrong, médica e reitora da Faculdade de Medicina de Columbia desde 2022.

"Minouche contribuiu muito para a comunidade de Columbia em um momento extraordinariamente desafiador. Embora estejamos desapontados em vê-la nos deixar, entendemos e respeitamos sua decisão", escreveram os presidentes do conselho da universidade, em comunicado.

Com The New York Times

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas