Como fortalecer a relação entre Japão e América Latina
Fazermos conexões pelo livre comércio é essencial
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No dia 1º de dezembro de 2018, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, esteve na Argentina para participar do G20 e discursou sobre as perspectivas para o fortalecimento da conectividade entre Japão e América Latina, que estão baseadas na orientação ideológica "Os três juntos: progredir juntos, liderar juntos e inspirar juntos".
Nos últimos quatro anos, as relações bilaterais Japão-Brasil se solidificaram, e pretendemos avançar ainda mais no fortalecimento da parceria entre os dois países para solucionar problemas regionais e globais. Para isso, podemos considerar três pilares.
O primeiro pilar é o fortalecimento da conectividade econômica. A economia mundial corre o risco de enfrentar o aumento do protecionismo de mercado, e a América Latina não deve estar isenta disso.
Para o crescimento econômico da região, é imprescindível o fortalecimento da conectividade com outros mercados desenvolvidos no mundo, por meio do livre comércio. Esse ponto coincide com nossos interesses estratégicos. Nós gostaríamos de colaborar, juntamente com o Brasil, para a consolidação de um sistema econômico global livre e aberto.
Além disso, é primordial a existência de uma infraestrutura de qualidade. Nosso país trabalhou na melhoria de inúmeras instalações de infraestrutura em países da América Latina e pretendemos contribuir com base em padrões internacionais, tais como abertura, transparência, eficiência econômica e a solidez fiscal do país em questão. Com o Brasil, realizamos a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura Brasil-Japão, em agosto de 2017 e, após isso, para dar seguimento a nossa cooperação, já contamos com outras reuniões.
O segundo pilar é o fortalecimento da conectividade de valores. É também o elemento que torna possível a manutenção e o desenvolvimento do multilateralismo fundamentado em regras. O Japão e o Brasil são beneficiários da ordem internacional, apoiada nos princípios de liberdade, democracia e Estado de Direito.
Mas, nos dias atuais, esses valores são desafiados de diversas maneiras. Sob tais circunstâncias, ao mesmo tempo em que desempenhamos nossos papéis internacionais, nós, o Japão, e a América Latina devemos transmitir a importância desses valores.
O terceiro pilar é o fortalecimento da conectividade de sabedoria. Nesses últimos anos, a ocorrência de desastres naturais não é incomum na América Latina. Ademais, sabemos que as cidades latino-americanas em desenvolvimento possuem problemas urbanos em comum, tais como ambientais, falta de segurança e desigualdade de renda.
Em relação aos esforços para a resolução de problemas em âmbito global, nosso país --principalmente as empresas do setor privado-- possui ampla experiência e conhecimento. Por isso, acreditamos que seja possível colaborarmos com a América Latina, inclusive o Brasil, no sentido de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Um exemplo seria o sistema de reconhecimento facial das empresas japonesas, que tem demonstrado eficiência na contenção da propagação do crime. Por sua vez, nosso país está vivendo um declínio populacional e um superenvelhecimento, mas temos certeza de que, com a experiência adquirida para enfrentar esses desafios, podemos ser uma referência ao Brasil e aos países da América Latina.
Em parceria com o Brasil, nós podemos mencionar como casos de sucesso o desenvolvimento da TV digital terrestre e do sistema japonês de policiamento Koban (Bases Comunitárias de Segurança) na América Latina. Com base em experiências como essas, pretendemos prosseguir com a nossa cooperação com os países latino-americanos.
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