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Moody's mostra que país precisa avançar nas reformas e no ajuste orçamentário

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Logo na fachada do prédio da agência de avaliação de risco Moody's, em Nova York (EUA) - Reuters

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz o que lhe cabe ao faturar politicamente a elevação, de estável para positiva, da perspectiva para a nota de crédito do Brasil pela Moody’s. Propaganda à parte, as observações integrais da agência são menos confortáveis para o mandatário e seu partido.A

Moody’s mantém a nota do país no mesmo patamar fixado por suas congêneres S&P e Fitch, a dois passos do desejável grau de investimento —o que não é pouco.

Conforme o relatório divulgado na quarta-feira (1º), a agência considera que as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro são maiores hoje do que no período anterior à pandemia, o que atribui em parte a reformas estruturais promovidas por "sucessivas administrações".

As reformas citadas foram objeto de oposição feroz por parte de Lula e do PT: a flexibilização da CLT, a autonomia formal do Banco Central e a Lei das Estatais, que o governo hoje dribla com a ajuda de uma liminar do Supremo Tribunal Federal para fazer indicações políticas nas empresas.

Quanto à atual gestão, a Moody’s destaca a importância do novo sistema tributário, embora ressalvando que ele demorará a entrar em vigor, e considera positiva a regra fiscal instituída em 2023, que permitirá uma redução gradativa do déficit das contas do Tesouro.

Justamente por ser de —muito— longo prazo, o plano de ajuste do Orçamento está sujeito a riscos, avalia o relatório. A dívida pública é elevada, está em alta e levará alguns anos até se estabilizar, o que a mantém em grau especulativo.

O Brasil conquistou o ambicionado grau de investimento em 2008, no segundo governo Lula, graças a um vigoroso crescimento do PIB que facilitava o equilíbrio fiscal. Perdeu-o a partir de 2015, na esteira do desastre econômico promovido por Dilma Rousseff (PT).

A atividade retomou alguma força após a pandemia, mas nada que permita leniência com o Orçamento, muito menos retrocessos nas reformas dos últimos anos. Se ao governo agradam as melhoras das avaliações das agências de rating, o caminho a seguir é bem diferente do pensamento petista.

editoriais@grupofolha.com.br

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