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Mais uma batalha

Está claro que a disputa entre Estados Unidos e China não se resume ao comércio

O presidente Donald Trump durante discurso na Flórida, neste mês - Brendan Smialowski/AFP

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Em mais uma de suas abruptas mudanças de rumo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há uma semana colocou em suspenso o até então esperado acordo comercial com a China.

O republicano acusou os chineses de descumprir compromissos e anunciou que, na ausência de um entendimento, subiria de 10% para 25% as tarifas incidentes sobre US$ 200 bilhões anuais em importações oriundas do gigante asiático —que se somam a outros US$ 50 bilhões já taxados anteriormente.

Como as conversas não chegaram a bom termo, a majoração entrou em vigor para os produtos que deixarem os portos chineses a partir de 10 de maio. As autoridades americanas, além disso, se preparam para taxar nos próximos meses todo o restante do comércio, cerca de US$ 300 bilhões. 

A decisão de Trump foi recebida como uma bomba nos mercados financeiros e entre lideranças empresariais, que contavam com uma conclusão das negociações nas próximas semanas.

Tudo sugere que a China de fato retrocedeu em seu compromisso de reformar leis para conferir maior proteção à propriedade intelectual e abrir mercados para empresas estrangeiras, dois itens considerados estratégicos pelos EUA. 

Existe, sem dúvida, uma tendência de aumento das tensões e retaliações. Mas ainda não se deve tomar como certo que se caminha para uma guerra aberta. 

Um sinal positivo foi a disposição de ambas as partes de continuar as conversas. O principal negociador chinês viajou a Washington e manteve reuniões no momento em que as tarifas subiam. 

Embora ainda seja provável um acordo, está claro que a disputa entre as potências não se resume ao comércio. Vão se formando os contornos de uma luta de longo prazo pela primazia tecnológica e militar. 

No meio tempo, a mensagem às empresas é de nacionalização de suas cadeias produtivas. Trata-se de uma dinâmica que, levada às últimas consequências, pode fazer retroceder a globalização.

O Brasil, em tese ao menos, pode aproveitar oportunidades para a exportação de produtos primários como soja e milho. Nada que compense, entretanto, os riscos de uma recaída recessiva global.

editoriais@grupofolha.com.br

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