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Adalberto Luis Val

Agricultura familiar é essencial para a segurança alimentar

Atividade está exposta a fragilidades que podem prejudicar o seu desenvolvimento

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Adalberto Luis Val

A agricultura familiar tem ganhado cada vez mais espaço no cenário econômico, climático e científico. É responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% da renda dos brasileiros ocupados no campo.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o setor movimenta US$ 55,2 bilhões por ano. A representatividade é tanta que envolve aproximadamente 4,4 milhões de famílias agricultoras, ou seja, 84% dos estabelecimentos rurais brasileiros. Hoje, 87% da mandioca, 70% do feijão, 60% da produção de leite, 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 46% do milho consumidos pela população brasileira vêm desse tipo de cultivo.

No mundo, os números não são menos expressivos. Os agricultores familiares são responsáveis pela produção de mais de 80% de toda a comida do planeta, segundo a ONU, que, inclusive, lançou recentemente a “década da agricultura familiar”, para fomentar, entre 2019 e 2028, políticas que permitam o desenvolvimento e o progresso dessa área.

Agricultor carrega caixa com pimentões em terra próxima ao rio Paraíba, na cidade de Boqueirão (PB) - Eduardo Knapp - 27.fev.18/Folhapress

Os debates sobre o tema estão mais intensos porque estudos apontam para um aumento de consumo de alimentos para os próximos 20 anos. O Brasil está entre os países que terão de dobrar sua produção para atender a essa demanda. E no mundo, segundo a ONU, mais de 90% das 570 milhões de propriedades agrícolas são administradas por um indivíduo ou por uma família e dependem, principalmente, da mão de obra familiar.

A atividade está exposta a fragilidades que podem prejudicar o seu desenvolvimento sustentável e que envolvem questões como segurança alimentar e desafios no escoamento dos alimentos. O desperdício, por exemplo, é um dos principais problemas a serem enfrentados. O modelo agrícola já chegou a desperdiçar 35% da produção brasileira. Com o uso racional desse tipo de serviço, poderíamos alimentar mais de um terço dos habitantes apenas com o que desperdiçamos no país, atualmente.

O consumo consciente do alimento em qualquer esfera da sociedade é um assunto que deve sempre ser discutido. Aliada à agricultura familiar, a educação alimentar e nutricional é uma importante ferramenta de empoderamento individual para melhorias das condições de saúde e hábitos alimentares. Hoje, é de suma importância a implementação de intervenções educativas capazes de capacitar os indivíduos a realizar escolhas mais saudáveis.

É levando em conta o debate acerca da agricultura familiar no Brasil, cuja atividade está na base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, que o Prêmio Fundação Bunge traz o tema para uma de suas áreas homenageadas neste ano. Com o propósito de incentivar a inovação e disseminar conhecimento, o prêmio reconhece há mais de 60 anos profissionais que contribuem para o desenvolvimento da cultura e das ciências no Brasil.

Adalberto Luis Val

Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e membro do Conselho administrativo da Fundação Bunge

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