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Sem prévias

Por influência de Lula, cúpula do PT deve escolher candidato único em São Paulo

Lula durante reunião do diretório nacional do PT, em São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress

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Houve um tempo em que o Partido dos Trabalhadores se orgulhava de ser a única legenda relevante que se pautava pela democracia interna, realizando prévias com os filiados sempre que houvesse mais de um postulante à mesma candidatura. Isso é passado. 

Hoje, a sensação que se tem é que os destinos do partido são cada vez mais decididos em “petit comité”, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazendo as vezes de oráculo oculto e infalível.

Essa ao menos é a melhor interpretação da diretriz para a cidade de São Paulo, lançada pela recém-reempossada presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, após encontro com mandachuvas do partido. “Nosso esforço é para demover o diretório municipal de fazer prévias, e os pré-candidatos também”, decretou a dirigente.

O PT não tem nenhum nome de consenso para disputar a capital paulista neste ano, mas conta com pelo menos seis interessados. Um deles, o vereador Eduardo Suplicy, já contestou a orientação.

Compreende-se a preocupação dos dirigentes petistas em evitar que uma disputa intestina comprometa as chances do partido numa eleição que tende a ser difícil para a sigla. Custa crer, contudo, que calar a democracia interna seja a melhor forma de lidar com a questão.

Aliás, há alguns motivos para recear que o clima de polarização que se abateu sobre o planeta tenha afetado negativamente o comprometimento de alguns membros do PT com a democracia. 

Figuras importantes do partido, incluindo sua presidente, foram às redes sociais para aplaudir ou pelo menos chancelar o cerco militar que o regime de Nicolás Maduro impôs à Assembleia Nacional da Venezuela no início do mês, impedindo representantes eleitos de entrar no prédio para uma votação importante. 

E é interessante notar que esses petistas reiteraram apoio a Maduro mesmo quando governos de esquerda do continente, como o mexicano e o argentino, fizeram questão de condenar a nova investida autoritária do governo venezuelano.

O PT, apesar dos graves equívocos que cometeu e daqueles em que persiste, é um partido de oposição importante e que tem muito a contribuir para o país. Para fazê-lo de forma mais efetiva, porém, deveria ser capaz de enfrentar e superar os erros do passado. Não necessariamente o que é bom para a biografia de Lula é bom para o PT.

editoriais@grupofolha.com.br

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