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O juízo sobre Trump

Pusilanimidade do republicano lhe trará no mínimo dificuldades de derrotar Biden

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Donald Trump e Joe Biden durante debate - Chip Somodevilla/Reuters

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Desde 1788, sob a mesma Constituição, os Estados Unidos elegem o chefe do Executivo federal para mandatos de quatro anos. Preparam-se para cumprir o ritual cívico pela 59ª vez nesta terça-feira (3), sob o espectro de Donald Trump.

Foi o exemplo do primeiro presidente, o herói da Guerra de Independência George Washington, que fixou —primeiro por tradição e depois, no século 20, pela Carta— o padrão que faculta ao detentor do cargo concorrer a uma reeleição.

Definiu-se, desse modo, o caráter plebiscitário dos escrutínios que, como este, contam com o mandatário da Casa Branca na cédula. Estarão em julgamento os primeiros quatro anos do republicano Trump como chefe de Estado.

Após a 2ª Guerra Mundial, dos 10 presidentes que tentaram o segundo mandato, só 2 —o democrata Jimmy Carter (1980) e o republicano George H. Bush (1992)— foram derrotados. Se Trump cairá na regra ou na exceção é algo que não se pode predizer com segurança.

Excepcionais, com certeza, são as condições em que ocorre a disputa. O cenário virou de pernas para o ar desde que se instalou a pandemia de coronavírus. A economia, que com baixíssimo desemprego se mostrava um trunfo para o incumbente, descambou, como de resto ocorreu em todo o mundo.

Nesse ponto a personalidade e o estilo de governo excêntricos do magnata da construção acentuaram os problemas. Trump fez politicagem com a epidemia, desprezou as melhores práticas sanitárias e patrocinou teorias estapafúrdias.

Como a biologia não respeita os delírios da ideologia, os EUA estão se revelando um desastre no controle da infecção. Casos, hospitalizações e mortes voltaram a escalar justamente às vésperas do pleito e em estados que serão cruciais para o republicano buscar a vitória.

Flagrantes de violência policial contra negros ensejaram reação enérgica de parcelas maciças da sociedade. Como em 2016, Trump tentou capitalizar um discurso de lei e ordem a pretexto dos protestos, mal disfarçando o apelo racista, mas a aceitação desta vez parece menor. Pelo contrário, a mobilização tende a contribuir para um elevado comparecimento às urnas.

A reincidência tediosa na mentira e na bravata, a incompetência e a baixa capacidade de cumprir o que foi prometido à sua base conservadora na campanha ajudam a compor a pilha de desafios à frente do presidente candidato.

A permanência de Trump por mais quatro anos seria notícia preocupante para os EUA e o mundo. Por ora, é possível comemorar que a sua pusilanimidade lhe trará no mínimo mais dificuldades de derrotar o democrata Joe Biden. Não deixa de ser um alerta para quem abraça a estupidez no governo.

editoriais@grupofolha.com.br

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