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O que a Folha pensa inflação

Emprego positivo

Números mostram que mercado de trabalho, inclusive formal, seguiu forte em março

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Funcionário trabalha em linha de produção de fábrica de chocolate, em São Paulo (SP) - Eduardo Knapp/Folhapress

Os dados do mercado de trabalho relativos a março deixam claro que persiste a tendência de boa geração de emprego e renda na economia brasileira. É indicativo de que não há necessidade de estímulos por parte do governo, que a esta altura seriam contraproducentes por ampliarem o risco de inflação.

A pesquisa do IBGE mostrou nova queda do desemprego em um ano, para 7,9% no primeiro trimestre. Mais importante, a desocupação, ajustada para excluir fatores sazonais, ficou em 7,3% em março, 0,3 ponto percentual a menos que no mês anterior e o menor patamar desde o final de 2014.

Tal avanço não se resume a vagas informais. Foi aberto 1,3 milhão de postos com carteira assinada nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. De outra pesquisa, o Caged, com dados coletados pelo Ministério do Trabalho, constam 244 mil novos empregos nessa categoria em março, 719 mil no primeiro trimestre e 1,647 milhão em um ano.

A renda habitual do trabalho continua a subir. Em 12 meses, o IBGE mostra alta de 4%, já descontada a inflação. Com a multiplicação pelos postos abertos, chega-se à medida mais ampla, a massa salarial, que aumentou em 6,6%.

Não surpreende, assim, que a expansão da economia continue a surpreender positivamente, com bom desempenho no comércio e nos serviços, padrão que vem sendo mantido desde 2021.

O PIB superou expectativas, tendo crescido acima de 3% anuais em 2022 e 2023. As projeções para este ano vêm sendo revisadas para cima e já superam 2%.

Para todos os efeitos, o nível de utilização da mão de obra e de geração de renda se aproxima dos melhores momentos que antecederam a grande recessão de 2014-16.

O que intriga especialistas é que o dinamismo não tem gerado até o momento um grande impacto na inflação, que continua, ainda que lentamente, a cair —e se aproximar da meta de 3% no ano.

Está em debate, ainda sem conclusão, se fatores como a maior flexibilidade do mercado de trabalho após a reforma da CLT já podem ser parte da explicação. Em qualquer hipótese, a diretriz se mostra correta a longo prazo.

editoriais@grupofolha.com.br

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