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Tensão com Irã emerge como uma prioridade de política externa para Joe Biden

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O presidente eleito dos EUA, Joe Biden - Angela Weiss/AFP

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Parece que foi em outra década, por motivo da distorção temporal da pandemia, mas há 11 meses o mundo quase assistiu a uma guerra entre Estados Unidos e Irã.

O estopim, o assassinato do principal general do país persa pelos americanos, após dois anos de crescente tensão acerca do programa nuclear de Teerã. Os iranianos atacaram uma base dos EUA no Iraque, algo inédito, mas ambos os lados se deram por satisfeitos.

Desafiando a metade do clichê marxista sobre o caráter farsesco das repetições históricas, um novo assassinato e renovadas bravatas atômicas colocam os velhos adversários de novo frente a frente.

Desta vez, a morte foi de um cientista nuclear que trabalhou no programa da bomba dos aiatolás. Os suspeitos são os israelenses.

Tel Aviv, ela mesma dona de um arsenal nuclear não declarado, tem com o que se preocupar: para a teocracia iraniana, a extinção do Estado judeu constitui objetivo retórico. A ideia de Teerã com armas de destruição em massa não é naturalmente aceita por Israel.

O governo de Binyamin Netanyahu balança e precisa de golpes de imagem —e ganhou de Donald Trump o maior apoio já recebido de um presidente americano.

Em 2018, Trump havia deixado o acordo nuclear costurado por Barack Obama três anos antes, que limitava a produção de urânio enriquecido iraniano e ampliava a inspeção de suas instalações nucleares em troca do fim de sanções.

O texto tinha falhas e podia ser lido como uma forma de os aiatolás ganharem tempo. Entretanto era um instrumento multinacional legítimo —o único à mão.

Nesta semana, o Irã aprovou lei que jogará fora o que resta de compromisso com o acordo, que inclui outros países, se Joe Biden não retornar ao texto quando assumir.

O democrata, questionado se o faria, disse que seria difícil, mas que sim. Ele está numa posição delicada. Como vice de Obama, tem compromisso com a saída negociada.

Todavia o desenho atual do Oriente Médio inclui Israel numa posição de força, com uma aliança anti-Irã patrocinada por Trump em plena costura com países árabes.

Com Teerã elevando a temperatura, o nó atado na Revolução Islâmica de 1979 emerge como uma das prioridades, se não a mais urgente, da política externa do novo presidente americano.

Flertando com a outra metade do clichê, o risco é o de a história se repetir como tragédia.

editoriais@grupofolha.com.br

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