Novas soluções para velhos desafios
Democracia, justiça social e desenvolvimento econômico devem ser partes indissociáveis do nosso projeto de país
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Embora a esperança seja o sentimento reinante nesta época do ano, parece que as apreensões pelas incertezas em relação a 2021 ganharam espaço no Brasil, mesmo em meio às festividades. Motivos não faltam: não sabemos quando e como será a vacinação contra a Covid, não há no horizonte um plano consistente de recuperação econômica e o auxílio emergencial, que trouxe algum alívio aos mais vulneráveis, chegou ao fim em dezembro, sem outra política pública no lugar.
No entanto, se a defesa da democracia e a redução da desigualdade parecem ser reconhecidas como os maiores desafios da nossa geração, dois movimentos importantes observados no debate público em 2020 podem nos trazer algum alento e contribuir para o início de um novo ciclo civilizatório no país.
O primeiro movimento diz respeito à compreensão cada vez maior de que o racismo é elemento fundante da produção e reprodução da estratificação social, da pobreza e da violência no país. Trata-se da superação do antigo debate que contrapunha as questões sociais às raciais, capaz de endereçar novas e efetivas soluções para enfrentar nossa enorme desigualdade. "Enquanto houver racismo, não haverá democracia".
O segundo movimento diz respeito ao fim de velhos dogmas que condicionavam os modelos de desenvolvimento econômico ao controle estrito e severo das contas públicas, levando ao estrangulamento da economia real e à ampliação da desigualdade e da pobreza. Na pandemia, ficou evidente que responsabilidade fiscal não pode ser confundida com regras fiscais inflexíveis nem com limitações aos direitos sociais.
Ao contrário, essa constatação pode reforçar nossa esperança de que, num futuro próximo, democracia, justiça social e desenvolvimento econômico não serão tratados como objetivos divergentes, mas como partes indissociáveis do nosso projeto de país.
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