Conduta de risco
Atacados por Bolsonaro, brasileiros que praticam o distanciamento caem para 30%
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Num momento em que a pandemia ainda resulta em um número indecente de novos casos e mortes no país, são preocupantes os números colhidos pelo Datafolha acerca do distanciamento social.
O índice dos que praticam a medida preventiva atingiu o nível mais baixo desde o início da série, há pouco mais de um ano. Hoje apenas 30% dos brasileiros acima de 16 anos declaram estar totalmente isolados (2%) ou sair de casa somente quando inevitável (28%).
No levantamento anterior, realizado em meados de março, esse percentual era de 49% —8% no primeiro caso e 41% no segundo. O recorde, de 72%, foi registrado no início de abril do ano passado.
Inversamente, a parcela dos que afirmam sair de suas residências para trabalhar ou fazer outras atividades atingiu o maior patamar nas pesquisas, com 63%. Trata-se de um salto de 16 pontos percentuais na comparação com o levantamento pregresso. Já os que dizem levar a vida sem mudanças de rotina passaram de 4% para 7%.
As pessoas com mais de 60 anos constituem o grupo etário que mais cumpre o distanciamento físico, embora essa parcela tenha despencado de 77%, em março, para 53% —um possível reflexo do avanço da vacinação entre os mais idosos.
A baixa adesão entre os jovens (apenas 20% na faixa entre 16 e 24 anos) se fez acompanhar por um aumento do número de infecções.
Principal instrumento não farmacológico, ao lado das máscaras faciais, para evitar o contágio pela doença, as medidas de distanciamento encontraram desde o início da pandemia um inimigo feroz na Presidência da República.
Jair Bolsonaro sabotou-as o quanto pôde, promovendo aglomerações e insistindo numa falaciosa dicotomia entre economia e saúde. Nesta segunda-feira (17), atacou os cidadãos que, com sacrifícios pessoais, zelam pelo bem comum, chamados de “idiotas que até hoje ficam em casa”.
Na ausência de qualquer coordenação nacional, restou a prefeitos e governadores baixar medidas para restringir a circulação das pessoas —não raro de maneira atabalhoada, com alcance limitado e sem a fiscalização necessária para que fossem cumpridas.
A consequência de tudo isso é que terminamos praticando um distanciamento social no mais das vezes precário, como atesta a catástrofe das mais de 430 mil mortes. Até que a imunização alcance percentual expressivo da população, não dispomos de alternativa para controlar a quantidade de infecções.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters