O dragão da maldade contra o cinema brasileiro
Fechada desde agosto, Cinemateca passa por um dos momentos mais difíceis aos 75 anos
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Em audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, em 12 de abril, o professor da USP Carlos Augusto Calil, presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, foi categórico: “A Cinemateca Brasileira está em coma, sobrevivendo por aparelhos”. Fechada desde agosto de 2020 pelo governo Bolsonaro, a principal instituição de preservação da memória audiovisual do país atravessa um dos momentos mais difíceis de seus 75 anos de história, com as atividades paralisadas há mais de nove meses.
A Cinemateca contém o maior acervo audiovisual da América do Sul, com cerca de 250 mil rolos de filmes, num total de 41 mil títulos de obras audiovisuais e mais de um milhão de documentos. Esse precioso acervo requer continuamente cuidados técnicos de preservação, que não são realizados desde que os funcionários da Cinemateca foram demitidos e a instituição agoniza.
Vinculada à Secretaria Nacional do Audiovisual, que integra a estrutura da Secretaria Especial da Cultura do governo federal, a Cinemateca precisa ser reaberta com urgência, e seus funcionários, recontratados, conforme defendem a Sociedade Amigos da Cinemateca e representantes do setor audiovisual.
A irresponsabilidade do governo Bolsonaro com a área cultural ameaça não somente a memória das imagens em movimento no Brasil mas também a produção de novas imagens e linguagens. Além da Cinemateca, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) está com problemas de gestão e o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que arrecada recursos para o fomento da produção audiovisual no país, está bloqueado.
Consequentemente, há interrupção de editais, lentidão na análise de projetos aprovados e crescimento do desemprego no setor audiovisual, quadro acentuado pelo agravamento da pandemia de Covid-19. A paralisação dos mecanismos de financiamento público geridos pela Ancine e pelo FSA implica no iminente colapso da produção cinematográfica no Brasil.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters