Retomada cautelosa
Com avanço da vacinação, SP e RJ anunciam menos restrições, mas precauções são necessárias
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Sensação parcialmente justificada de alívio se espalha pelo país com os sinais consistentes de arrefecimento da epidemia de Covid-19. Há que manter a atitude de precaução, contudo, pois ainda há incerteza sobre o comportamento do vírus Sars-CoV-2 e suas variantes.
As estatísticas de casos e mortes observam recuo acentuado há semanas. Depois de ultrapassar a média de 70 mil novas infecções diagnosticadas a cada dia em junho, estamos neste agosto na casa de 30 mil, e os óbitos diários finalmente caíram abaixo de mil.
As internações retrocedem no país todo. Em várias cidades começam a ser desativados os leitos de UTI surgidos para tentar impedir o temido colapso hospitalar que se observou em Manaus e rondou até as cidades mais ricas do país.
Deve-se creditar tal melhora, sem dúvida, ao avanço da vacinação. O tumulto inicial causado pela incúria do governo Jair Bolsonaro foi estancado, e o Brasil retomou seu desempenho usual em imunização, inoculando de 1 a 2 milhões de pessoas diariamente.
Cerca de metade da população recebeu até aqui pelo menos uma dose. A marca não se distancia tanto da verificada em países desenvolvidos como EUA e Reino Unido, onde mais de 70% se acham na mesma situação --ainda que só um quinto dos brasileiros estejam plenamente imunizados, contra três quintos nos outros dois casos.
Autoridades paulistas decidiram programar a virtual suspensão das restrições remanescentes à mobilidade e ao comércio. O governador João Doria (PSDB) anunciou que no dia 17 não haverá mais restrições de horário nem de lotação para estabelecimentos, à exceção de aglomerações em casas noturnas e shows de médio e grande porte.
Nessa data se espera concluir a aplicação da primeira dose a toda a população adulta do estado. No Rio de Janeiro, a reabertura pode ocorrer em setembro, com a frequência aos locais condicionada à comprovação de vacina.
Doria repete a prática de comunicar com antecedência adoção ou remoção de limites à mobilidade, dando alguma previsibilidade a agentes econômicos. Faz bem, ademais, em manter a obrigatoriedade do uso de máscaras.
O Sars-CoV-2, afinal, tem se mostrado bem imprevisível, como se vê pelo sucessivo surgimento de variantes ameaçadoras. Delta, a mais recente e dominante, se transmite com o dobro da intensidade observada no início da pandemia.
Vacinas parecem eficientes contra ela, mas pouco se compreende de sua progressão populacional, com curvas díspares em nações em estágio parecido de imunização.
Recomenda-se, assim, cautela no relaxamento, por mais que todos anseiem pela volta da normalidade.
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