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Descrença na segurança

Nos estados mais populosos do país, maioria teme a polícia e apoia o uso de câmera pelos agentes

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Policiais militares mostram câmeras instaladas nos uniformes, em São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

Pesquisas recentes do Datafolha revelam o que a população dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro pensa sobre a segurança pública e a atuação da polícia: ela teme o crime, mas também aqueles que deveriam protegê-la.

De um lado, o levantamento mostra que os moradores estão com medo, mas por razões diferentes. Em São Paulo, temem mais os crimes contra o patrimônio (87% da população); no Rio e em Minas, prevalece o pavor de ser atingido ou ter parentes vítimas de bala perdida (91% e 83%, respectivamente).

O alto índice de sensação de insegurança, comum nos três estados, revela o quanto está espalhado na sociedade o medo de ser vítima de crimes. Em si, isto já é uma falha da política de segurança pública. É plausível supor, no entanto, que a percepção de insegurança, por ser multifatorial, não necessariamente corresponda de forma precisa à realidade em determinada região.

O fato de o medo de bala perdida ser elevado em Minas, apesar de esse tipo de ocorrência ser menos comum do que no Rio, ou o medo de ser assassinado em São Paulo, a despeito das quedas dos índices de homicídio no estado na última década, revelam o descompasso entre sensação e realidade.

Mas não é só o crime que causa apreensão. A maioria nos três estados tem medo de ser vítima de violência praticada pela Polícia Militar (74% no Rio, 68% em São Paulo e 64% em Minas). Entre os paulistas, quem mais teme a polícia são os pretos (77%) e aqueles que ganham até dois salários mínimos (73%) —grupos que costumam ser alvos da letalidade dos agentes.

Para funcionar, a polícia precisa da confiança da população. Mas os altos índices de mortes por agentes e a baixa elucidação de crimes formam um quadro desalentador.

Há soluções possíveis, contudo. Mais de 90% da população dos três estados é a favor das câmeras nos uniformes policiais e, apesar de a experiência internacional revelar que não se trata de uma panaceia, resultados como a redução expressiva da letalidade policial em SP após a implantação destes dispositivos apontam caminhos.

Mesmo que às vezes a sensação de insegurança esteja em descompasso com a realidade, a própria amplitude deste temor não deve ser desprezada. Pois corre-se o risco de o medo ser capitaneado por um populismo punitivo, quando a própria população já aponta querer o caminho de melhores políticas de segurança —e não mais medo.


editoriais@grupofolha.com.br

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