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Retomada da atividade econômica deve perder ritmo em meio a tensões da eleição presidencial

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Maria da Conceição Melo da Silva, 56, aguarda em fila de recrutamento promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares e Restaurantes de São Paulo. - Zanone Fraissat - 13.jul.2022/Folhapress

Surpresas e intervenções do governo devem fazer a economia crescer muito mais em 2022 do que se previa no fim do ano passado. As perspectivas para 2023 pioraram bastante, porém. No meio desse caminho, disputa-se a eleição mais tensa desde a redemocratização.

Não faz muito tempo, imaginava-se que a atividade econômica estaria em declínio a esta altura. O prognóstico mais comum, no momento, é que não deve haver até outubro mudança a ponto de alterar as percepções do eleitorado.

Em abril, as projeções de economistas privados compiladas pelo Banco Central apontavam crescimento de apenas 0,5% neste ano. As previsões mais recentes convergem para uma alta de 2%.

Parte da revisão se deve a estímulos transitórios e gastos públicos extraordinários. Aumentou o valor do Auxílio Brasil, houve grandes reduções de impostos e o saque extra das contas do FGTS, por exemplo.

Houve também imprevistos. O número de pessoas empregadas cresceu muito além do projetado. A taxa de desemprego cai rapidamente e deve ficar perto de 8% no fim do ano, o melhor resultado desde 2014.

A média do valor real dos salários, porém, ainda é a menor da década, e a soma dos rendimentos do trabalho é a mesma de 2019. O surto inflacionário, que ora arrefece, explica em parte a contenção dos salários e o mal-estar econômico persistente, apesar de haver mais gente com trabalho.

A receita do governo federal é outro indício de que algo mais se movimenta na economia. Nos últimos 12 meses, cresceu quase 24% em termos reais. A alta dos preços das commodities explica boa parte do influxo excepcional de recursos.

A receita bruta equivalia em junho a 23,9% do PIB, apenas um pouco menor do que a verificada em alguns meses de 2010 e 2011 —quase um recorde em 25 anos.

Mas commodities estão longe de explicar o bom resultado das empresas, ao menos o expresso no pagamento de impostos e no nível moderado, mas persistente, de confiança empresarial.

Até dezembro, a inflação deve recuar das proximidades de 12% para pouco mais de 7% ao ano, graças à intervenção artificial do governo. Assim, espera-se que a taxa básica de juros, a Selic, encerre este ano em 13,75% ou 14%, mas permaneça na casa dos 11% até fins de 2023.

A incerteza política e fiscal, o peso dos juros e a desaceleração da economia mundial devem estabilizar o ritmo da atividade e fazê-la arrefecer no último trimestre.

A eleição presidencial ocorrerá nesse momento morno da atividade. Quanto à política, o jogo da economia e dos estelionatos eleitorais parece quase todo jogado. O debate a fazer será de interpretações do que se passou e visões de futuro.

editoriais@grupofolha.com.br

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