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Fôlego na largada

Lula mantém liderança, mas Bolsonaro ganha pontos entre os pobres após medidas populistas

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Montagem com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). - Pedro Ladeira/Folhapress, Miguel Schincariol/AFP

Passada a agitação das convenções que oficializaram as principais candidaturas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança da corrida presidencial, com grande vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL).

A nova pesquisa do Datafolha mostra o petista com 47% das intenções de voto, o mesmo que tinha em junho. Ele está 18 pontos porcentuais à frente do presidente, cujas preferências oscilaram um ponto em um mês e agora somam 29%.

Descontados os eleitores dispostos a votar em branco ou anular, e os sem candidato definido, Lula teria hoje 52% dos votos válidos —teoricamente suficientes para a vitória no primeiro turno, raspando na margem de erro da pesquisa.

Mas o levantamento mostra também que Bolsonaro teve ganhos significativos em segmentos do eleitorado que lhe opõem forte resistência, ainda que o avanço se mostre insuficiente, até aqui, para modificar o quadro geral da eleição.

É possível que Bolsonaro tenha sido favorecido pela incipiente recuperação da economia e pelo anúncio dos novos benefícios sociais aprovados a toque de caixa neste mês. Quando eles começarem a ser pagos, em agosto, esse efeito poderá ser amplificado.

Entre os mais pobres, com renda familiar de até dois salários mínimos, a avaliação do desempenho do governo segue muito negativa, mas teve pequena melhora. O apoio à reeleição de Bolsonaro também cresceu nesse estrato, que reúne mais da metade dos votantes.

Mesmo assim, os pontos ganhos pelo presidente entre os pobres estão longe de atingir o nível de popularidade que ele alcançou no fim de 2020, quando o governo pagou o auxílio emergencial a trabalhadores prejudicados pela pandemia.

Bolsonaro também ganhou terreno entre as mulheres e os eleitores do Nordeste. Mas suas taxas de rejeição continuam muito altas nos dois grupos, em que Lula exibe seus melhores números, com larga diferença sobre o incumbente.

Num cenário atípico para eleições presidenciais brasileiras a essa altura, 71% dos eleitores se declaram decididos e somente 28% cogitam a possibilidade de mudar de candidato. O grau de convicção é maior entre os apoiadores de Lula e Bolsonaro, alcançando 79%.

Isso mostra como é íngreme o caminho que o mandatário terá que percorrer para reduzir a distância entre eles e levar a disputa para o segundo turno. Somente 28% dos eleitores aprovam seu desempenho no cargo e 53% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.

O que ajuda a entender sua radicalização na ofensiva contra as instituições democráticas. Se as medidas populistas não produzirem os resultados que espera, ele já deixou claro que fará de tudo para tentar tumultuar o processo eleitoral.

editoriais@grupofolha.com.br

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