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Livro une Mujica e Sanguinetti

Adversários políticos no Uruguai mostram que o diálogo civilizado é possível

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No Uruguai acontecem coisas a cada dia mais insólitas para um brasileiro. Além de ser um país em que um presidente pode estar tranquilamente ao volante em um carro ao lado do seu —sem um aparatoso (e mesmo visível) esquema de segurança—, adversários políticos que são líderes de importantes e antagônicas forças não só conseguem a proeza de dialogar senão que se reúnem para lançar um livro juntos.

Os ex-mandatários uruguaios José Mujica (2010-2015) e Julio María Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000) se encontraram para mais de dez horas de conversas sobre democracia, capitalismo, socialismo, economia de mercado, arte e ciência, tecnologia, esportes, drogas, família, amor, vida e morte. E sobre a forte polarização política e social dos vizinhos Brasil e Argentina.

O presidente do Uruguai Luis Lacalle Pou, à esquerda, toma posse no cargo ao lado do ex-presidente José Mujica e da vice-presidente Beatriz Argimon - David Puig - 1.mar.20/Presidência do Uruguais/AFP

O resultado desse intercâmbio sairá em novembro pela editora Random House em um livro escrito pelos jornalistas Gabriel Pereyra e Alejandro Ferreiro.

Mujica governou o Uruguai após vencer as eleições com a coalizão de esquerda Frente Ampla. Sanguinetti, hoje secretário-geral do Partido Colorado, compõe a chamada Coalizão Multicor, formada por partidos de direita que apoiam o atual presidente, Luis Lacalle Pou.

Apesar de representarem lados opostos, se dispuseram a um exercício na contramão dos ares que sopram da vizinhança e que começam a enevoar também a convivência democrática no Uruguai.
"Além de uma série de reflexões sobre temas atuais, pensamos o livro como um bom sinal para um sistema político muito crispado, e por conta disso ambos aceitaram", detalhou Pereyra à Folha.

"Não quero um Uruguai que dê um espetáculo de política partida", disse Mujica sobre o projeto, durante uma atividade do seu partido, o Movimento de Participação Popular (MPP). "Tem gente que se confunde, que acha que em política é preciso andar aos murros."

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