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Reforma ministerial tem alcance modesto, assim como ambição legislativa de Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Pedro Ladeira/Folhapress

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Decorridos mais de dois meses de barganhas e pressões variadas, foi modesta a reforma promovida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu ministério. Houve não mais que uma demissão, uma transferência de posto e uma recriação de pasta, tudo isso para acrescentar mais dois partidos aos representados na Esplanada brasiliense.

As mudanças se deram somente na periferia do primeiro escalão —mais precisamente, em estruturas que nem mesmo justificam com clareza o status ministerial, casos de Esporte, Portos e Aeroportos e a recriada pasta das Micro e Pequenas Empresas.

A necessidade política de reforçar a base de sustentação ao Planalto no Congresso poderia ser combinada com algum aperfeiçoamento administrativo, mas não foi o que aconteceu. Ninguém foi substituído por demérito e nenhum dos ingressantes apresenta alguma credencial maior para o cargo.

Apontado no início do processo como partido que deveria ceder vagas, o PT terminou agarrado a seus 11 ministérios —de um total que subiu de 37 para 38.

Nesse conjunto estão postos-chave para as decisões de governo (Casa Civil, Relações Institucionais, Secretaria-Geral e Fazenda), pastas com muitos recursos e visibilidade (Educação e Desenvolvimento Social) e setores estratégicos para a agenda do partido (Trabalho, Gestão, Mulheres, Comunicação e Desenvolvimento Agrário).

Como já se viu no passado, a resistência petista em dividir de fato o poder tende a tornar mais frágeis as coalizões situacionistas. Ao todo, haverá agora 11 partidos com nomes no primeiro escalão —no entanto isso não garante necessariamente o apoio integral dessas legendas no Congresso.

Um dia após a reforma ministerial, na quinta (7), o Republicanos, agraciado com Portos e Aeroportos, divulgou nota para afirmar que não fará parte da base de Lula. É também incerto o grau de adesão do PP, que ganhou Esporte.

As duas legendas têm laços com o bolsonarismo. Ademais, a primeira abriga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um potencial candidato ao Planalto, e a segunda, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), que busca preservar o protagonismo recente do Legislativo.

Do ponto de vista da articulação política, o governo não está errado em ao menos buscar os votos de parcelas dessas siglas, valendo-se da distribuição de cargos e verbas. Esse tipo de aliança, porém, costuma ser mais volátil.

Por ora ao menos, Lula parece operar mais para evitar sustos no Congresso, como o assédio de CPIs e projetos de lei tresloucados, do que propriamente arregimentar forças para uma agenda ambiciosa.

editoriais@grupofolha.com.br

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