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Adriana Maugeri e José Carlos da Fonseca Jr.

Árvores cultivadas combatem desmatamento e mudanças climáticas

Silvicultura evoluiu em pesquisa, inovação e melhoramentos genéticos

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Adriana Maugeri

Presidente da Amif (Associação Mineira da Indústria Florestal) e da Câmara Setorial de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura e Pecuária

José Carlos da Fonseca Jr.

Embaixador, é presidente da Empapel e diretor de relações governamentais da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores)

A emergência climática bate à porta. Neste cenário, sem dúvidas, a agroindústria florestal se apresenta como uma singular solução para atender a sociedade global com soluções e bioprodutos oriundos da madeira, material renovável, sustentável, limpo e versátil.

Algumas análises, porém, insistem em críticas eventuais a agroindústria florestal, setor responsável pelo desenvolvimento da bioeconomia em larga escala e por gerar milhares de empregos. Essas críticas, contudo, não encontram respaldo na realidade prática e na ciência. Por esse motivo, cabe uma contextualização sobre as ações e resultados que o setor assegura ao Brasil, inclusive suas contribuições para melhorar a balança climática.

Colheita de eucaliptos na fazenda São Miguel, município de Rondonópolis (MT) - Cooperflora Brasil - Cooperflora Brasil

O Brasil ocupa posição de destaque internacional na produção legal de madeira, fibras e outros derivados de árvores cultivadas. A agroindústria florestal brasileira planta 1,8 milhão de árvores por dia. No total, o setor cultiva mais 10 milhões de hectares de árvores e outros 7 milhões de hectares de vegetação nativa são conservados. São, portanto, 17 milhões de hectares distribuídos por mais de 3.725 municípios.

As áreas de cultivo são intercaladas com as de vegetação nativa, por manejo em mosaicos, que criam conexões e corredores ecológicos —onde há minuciosa gestão do solo, dos recursos hídricos e um rigoroso monitoramento da biodiversidade com resultados observáveis e quantificados.

Para além disso, as áreas de cultivo florestal são implantadas em terras antropizadas, transformando pastos de baixa produtividade em plantações florestais, que, além da necessária proteção ao solo, exercem outros relevantes serviços ecossistêmicos. Essas árvores capturam, estocam e fixam CO2 no solo, um dos principais causadores do efeito estufa.

Neste cenário, Minas Gerais é o maior produtor nacional de florestas plantadas. São mais de 2,3 milhões de hectares cultivados em 811 municípios mineiros, o que também qualifica o setor como a maior cultura agrícola do estado. Também, em Minas o setor conserva mais de 1,3 milhão de hectares de vegetação nativa, mais da metade de toda a área conservada pelo próprio estado, por exemplo. Um ponto de destaque é a característica da presença da silvicultura nos biomas mineiros. No cerrado, elas ocupam 4,8% de toda a área do bioma, enquanto na mata atlântica a ocupação é de 3,3% dentro dos limites estaduais. Como se observa, a agroindústria florestal não é, pois, a principal atividade de uso de terra com presença nesses biomas.

Recentemente, entrou em vigor a lei 14.876/24, que retirou a silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras. A lei corrige uma distorção ao excluir a silvicultura, ainda que tardiamente, de uma lista da qual nem sequer deveria ter sido incluída. A cultura de florestas plantadas continua objeto das regulações normativas estaduais e municipais, onde está a competência para determinar os respectivos modelos de licenciamento ambiental. A utilização de recursos naturais nos plantios de árvores, como água e solo, também segue regulada e fiscalizada pelos órgãos ambientais competentes.

Cabe reiterar: a agroindústria florestal atual não promove a substituição da vegetação nativa primária. Inclusive, isso nem seria aceitável pelos compromissos que grande parte dos produtores florestais assumiu. Para ilustrar, basta citar que, no caso do FSC, sistema internacional de certificação, a data a partir da qual originalmente não se admite desmatamento é o ano de 1994.

Portanto, alegações de que a silvicultura impacta negativamente o solo e os recursos hídricos, argumentação recorrente até fins da década de 1980, foram desmentidas pela prática constante do manejo sustentável e pela ciência. O setor evoluiu em pesquisa, inovação e melhoramentos genéticos. É preciso espalhar essa verdade!

Sofremos todos os efeitos das mudanças climáticas. Porém, somos todos também usuários dos recursos naturais e devemos compreender a situação de forma mais abrangente, a fim de fazer parte da solução construída em sociedade.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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