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Bianka Vieira

Quem em Brasília olha por nossas meninas?

Caso de menor de 13 anos expõe falta de espaço na agenda política

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Bianka Vieira

Repórter em Brasília

Brasília

A passagem tumultuada do PL Antiaborto por Estupro pela Câmara dos Deputados e o freio de arrumação evocado às pressas podem fazer crer que alguma mudança aconteceu em Brasília. A cerca de 200 km do Congresso Nacional, no entanto, uma menina de 13 anos de idade experimenta na própria pele o que é não ter espaço na agenda ou no programa de governo de nossos representantes eleitos.

O enredo goiano está longe de ser inédito ou pontual. Meninas e mulheres são constantemente barradas no acesso ao aborto legal e vivem sua própria via crucis ao buscarem atendimento em hospitais públicos.

Luísa (nome fictício), de 11 anos, engravidou aos 10 anos e fez um aborto legal na maternidade de Boa Vista, que hoje não faz mais o procedimento - Folhapress

Mais de dez anos se passaram até que o Ministério da Saúde passasse a considerar novas orientações para o tema, sob a gestão de Nísia Trindade. A falta de respaldo dentro do governo e uma bronca de Lula (PT), porém, fizeram com que a ministra retrocedesse e o trabalho morresse na praia.

Desde que revogou um manual publicado sob Jair Bolsonaro (PL), a pasta não teve condições políticas de colocar na rua uma nova cartilha com orientações para os profissionais de saúde. Cada hospital decide, como bem entende, se atende ou não uma pessoa habilitada para uma interrupção legal.

A decisão de Lula de não priorizar essas vidas não é singular. O PL antiaborto provocou um curto-circuito e expôs a hesitação de parlamentares progressistas. Muitos demoraram a se posicionar ou mesmo se calaram.

Por falta de voluntárias, foram poucas as deputadas que toparam colocar seus rostos nas redes e na TV para se opor ao texto. Entre conservadores tampouco surgiram propostas em socorro àquelas que estão desassistidas.

A garota goiana, que só foi acolhida pela Justiça ao alcançar a 27ª semana de gestação, ainda aguarda um desfecho para o seu sofrimento. Até que lideranças políticas chamem para si a responsabilidade de zelar pela vida dessas meninas e mulheres, a única certeza que temos é a de que o seu caso não será o último.

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