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Menos velocidade, menos mortos e feridos

Redução dos limites deveria ser debatida por candidatos a prefeito de São Paulo, que tem alta na violência do trânsito

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Tráfego na marginal Tietê, em São Paulo (SP) - Eduardo Anizelli/Folhapress

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Em meio a uma miríade de propostas dispendiosas —e muitas vezes pouco exequíveis— alardeadas diuturnamente pelos candidatos à Prefeitura de São Paulo, há uma medida relativamente simples com potencial de trazer alento à escalada de violência que assola o trânsito paulistano.

Já rejeitada publicamente pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e por Guilherme Boulos (PSOL), a redução da velocidade em vias urbanas, principalmente as expressas, deveria ser levada a sério como política pública capaz de reduzir o número de mortos e feridos graves.

A capital enfrenta a maior alta de óbitos desde 2015: de janeiro a julho, 612 pessoas morreram, ante 475 no mesmo período de 2023 (alta de 28,8%). Motociclistas, pedestres e ciclistas são as principais vítimas, e boa parte do estado acompanha esse morticínio.

Tempo maior de reação, distância segura de frenagem, menor risco de erro humano e impactos menos intensos fazem da rodagem mais lenta praticamente um consenso entre especialistas. Não faltam experiências, locais e internacionais, com bons resultados a curto prazo. Londres e Paris, por exemplo, adotaram restrições drásticas, com máximas de 20 km/h e 30 km/h em vias principais. Em ambas houve quedas consideráveis no total de óbitos, colisões e feridos graves.

Mesmo em São Paulo, em 2015, a gestão Fernando Haddad (PT) baixou as velocidades nas marginais. No cômputo geral, a cidade registrou queda de 15% em mortes no ano seguinte (169 a menos). O projeto, porém, foi revertido em 2017 por João Doria (então no PSDB, hoje sem partido).

A mortalidade no trânsito também cresce no país desde 2019. A motivação é multifatorial e inclui multiplicação de motocicletas e entregadores de aplicativos, consumo de álcool, manejo irresponsável do celular, desativação de radares móveis e afrouxamento de 20 para 40 pontos na carteira para a perda da habilitação.

A redução das velocidades, por si só, não será panaceia: deve estar combinada com investimentos em sinalização e fiscalização; ampliação de ciclovias e faixas exclusivas de motos; priorização do transporte público e reversão do sucateamento da companhia de tráfego; conscientização dos condutores e campanhas educativas.

Baixa aderência entre eleitores não deve eclipsar ações que salvam vidas. O uso obrigatório do cinto de segurança —que começou em São Paulo, provocou forte rejeição inicial e depois tornou-se consenso— demonstra que cabe ao governante implantar, também, medidas impopulares.

editoriais@grupofolha.com.br

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