​Pelo correio, o colunista da Folha Marcelo Leite enviou, no ano passado, quatro tubinhos com seu material genético colhido no interior da boca. O destino: um laboratório em Belo Horizonte. Foi o passo definitivo para um desejo que mantinha desde o começo dos anos 2000: ter seu próprio mapa genético. 

Naquela época, editor do caderno de Ciência, Leite acompanhou de perto –não sem um certo grau de ceticismo– o ex-presidente americano Bill Clinton e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair anunciarem ao mundo a pioneira decodificação do genoma humano.

A expectativa, segundo Clinton declarou naquele 26 de junho era que males como o Alzheimer, Parkinson, câncer e diabetes fossem vencidos "atacando-se as origens genéticas" dessas enfermidades. 

Pouco mais de 18 anos após o anúncio, Leite obteve a sequência de seu genoma, descobriu ter um gene deletério que não se manifesta, recebeu dicas sobre a eficácia de remédios para seu perfil molecular e descobriu quanto de DNA europeu, ameríndio, africano e neandertal carrega em seus cromossomos.

Apesar dos avanços inegáveis da área, Leite ainda se mantém cético sobre as promessas feitas no início do século, mas em dose diminuída.

Ele conta essa história, e a história de seus genes, ao Café da Manhã.

Ouça o episódio:  

O programa em áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. Para ouvir, basta se cadastrar gratuitamente no aplicativo.

Os episódios do Café da Manhã vão ao ar de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia, a partir das 6h.

O podcast apresentado pelos jornalistas Rodrigo Vizeu e Magê Flores conta com a participação de Emilio Sant'Anna neste episódio.