Siga a folha

Porta-voz diz que Bolsonaro critica Greenwald baseado em 'percepção pessoal'

Presidente insinuou, sem apresentar provas, que publicação de mensagens da Lava Jato envolveu pagamento

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, disse nesta segunda-feira (29) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se baseou em uma percepção pessoal ao insinuar que o jornalista Glenn Greenwald cometeu um crime ao divulgar conversas vazadas do ministro da Justiça, Sergio Moro. 

Segundo o porta-voz, não há dúvida de que houve crime com a intenção de atingir a Operação Lava Jato e tentar desqualificar o governo federal. 

"Alguma dúvida que houve o cometimento de um crime?", questionou. "O presidente não colocou em xeque em momento nenhum a necessidade de liberdade de imprensa com a qual ele se associa in totum", acrescentou.

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros. Foto: - José Dias/Divulgação-Presidência da República

Greenwald é fundador do site The Intercept Brasil, que vem publicando, desde 9 de junho, reportagens baseadas em um pacote de mensagens trocadas no aplicativo Telegram entre a força-tarefa da Lava Jato e Moro, ex-juiz federal.

O jornalista não é investigado pela Polícia Federal nem há indícios de que ele tenha cometido atos ilícitos. A publicação das mensagens pelo Intercept e por outros veículos, como a Folha, não representa infração à lei.

Rêgo Barros foi perguntado mais de uma vez que crime teria sido cometido pelo jornalista e se o presidente teria alguma informação adicional de que ele estaria envolvido nos ataques ao celulares de autoridades.

Em depoimento à Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, um dos presos da operação Spoofing, afirmou ter enviado ao Intercept de forma anônima, voluntária e sem custos o pacote de mensagens obtidas por ele por meio de invasão ao Telegram de procuradores.

"No todo, vocês têm que entender o contexto no todo", afirmou o porta-voz. "A percepção pessoal do presidente é essa que eu acabei de anunciar. Como eu disse, é a percepção pessoal do senhor presidente", acrescentou.

Segundo ele, Bolsonaro "expressa as suas opiniões a partir do conhecimento que recebe". 

"Ele não me adiantou, no caso específico, qualquer informação sobre possuir ou não possuir a informação sobre isso [envolvimento do jornalista nos ataques]", ressaltou.

Nesta segunda-feira (29), o presidente insinuou, sem apresentar provas, que a publicação de reportagens com base nos diálogos envolveu pagamento. No sábado (27), ele afirmou que o jornalista "poderia pegar uma cana".

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas