Morre ex-deputado Nelson Meurer, condenado na Lava Jato, com Covid-19

Político cumpria pena de 13 anos em penitenciária; STF negou três pedidos de prisão domiciliar

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Waleska Borges

Rio de Janeiro

O ex-deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), de 77 anos, primeiro parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava Jato, morreu na manhã deste domingo (12) em decorrência do coronavírus.

Segundo o advogado do político, Michel Saliba, Meurer estava internado desde o último dia 7 em um hospital particular, onde exame deu resultado positivo para Covid-19. De acordo com o advogado, ele teria contraído o vírus na prisão.

Meurer cumpria pena na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, de 13 anos e 9 meses, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

A defesa informou que tentava no STF que Meurer cumprisse prisão domiciliar desde novembro do ano passado. Foram três pedidos, todos negados pelo Supremo, sendo os dois últimos depois da declaração de pandemia, em março. O ex-deputado foi preso em outubro de 2019.

“O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, preferiu assumir o risco como julgador e negar o pedido de prisão domiciliar, mesmo com todas as comorbidades de Meurer (cardiopata, diabético, hipertenso e renal crônico). O que vimos foi a crônica da morte anunciada”, disse Michel Saliba. Nesta semana, o advogado chegou a entrar com um novo pedido de prisão domiciliar no Supremo.

Pelas redes sociais, o prefeito de Francisco Beltrão (PR), Cleber Fontana (PSDB), afirmou ter decretado luto oficial no município.

"A administração municipal de Francisco Beltrão lamenta profundamente a morte do ex-prefeito e ex-deputado federal Nelson Meurer, na manhã deste domingo (12/07), vítima da Covid-19. Além de reconhecer o seu trabalho em prol de Francisco Beltrão, deseja força para a família."

Máscaras descartadas nas ruas. Especialistas alertam para o risco de contaminação por Covid-19. Folhapress/Zanone Fraissat

Motoristas e usuários de ônibus no terminal Santana, em São Paulo. Folhapress/Rubens Cavallari

Motoristas e usuários de ônibus no terminal Santana, em São Paul. Folhapress/Rubens Cavallari

Um profissional da saúde aplica um teste para detecção do novo coronavírus em um morador da comunidade Cidade Estrutural, em Brasília. Xinhua/Lúcio Tavora

Trabalho de limpeza realizado em ônibus da empresa EMTU no terminal Jabaquara, na zona sul da capital paulista. Folhapress/Jardiel Carvalho

Em casas de um cômodo só em SP, isolamento é impraticável; moradores de favelas apelam para receita caseira de álcool em gel, mas deixar de trabalhar não é opção. Na foto, a casa de Alex, na favela Monte Azul, onde moram 11 pessoas. /Léu Britto/DiCampana Foto Coletivo

Após decisão da Justiça de cancelar a saída temporária de 34 mil presos em São Paulo, estado com maior número de detentos, houve rebelião em várias unidades e fuga de centenas. Na foto, destruição no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) Porto Feliz, no interior do estado, após motim. Divulgação/SIFUSPESP/

Família observa o detento Charles da Silva Barreto, 30, se entregar no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Mongaguá, no litoral paulista. Pouco mais de 500 detentos fugiram do CPP, em Mongaguá, após decisão da Justiça de São Paulo de suspender a saída temporária de presos no estado. Folhapress/Eduardo Anizelli

Por causa do coronavírus, o governo de SP também suspendeu a entrega de itens a presos, o que elevou a tensão em presídios; famílias só poderão enviar itens pelos Correios ou fazer depósito para detento. Divulgação/

Movimentação durante o primeiro dia de quarentena na região da República, no centro de São Paulo. Folhapress/Jardiel Carvalho

No Rio, favelas esperam a chegada do vírus sem água e com aglomerações; circulação de moradores diminuiu pouco nas comunidades, onde muitos não têm como lavar as mãos. Na foto, Carolina Oliveira, 30, desempregada, enfrenta falta d'água onde mora com seu filho, um beco de favela na zona oeste do Rio, onde moradores apresentam sintomas de coronavírus . /Tércio Teixeira/Folhapress

No Rio, favelas esperam a chegada do vírus sem água e com aglomerações; circulação de moradores diminuiu pouco nas comunidades, onde muitos não têm como lavar as mãos. Na foto, Carolina Oliveira, 30, desempregada, enfrenta falta d'água onde mora com seu filho, um beco de favela na zona oeste do Rio, onde moradores apresentam sintomas de coronavírus . /Tércio Teixeira/Folhapress

Servidores de SP já relatam falta de material de proteção até em alas de infectados; na foto, espaço para itens de segurança contra o coronavírus em hospital paulistano. Prefeitura de São Paulo nega o problema e estuda confisco de material. Reprodução/

Trabalho de limpeza realizado em ônibus da empresa EMTU no terminal Jabaquara, na zona sul da capital paulista. Folhapress/Jardiel Carvalho

Em 1º dia de proibição de estrangeiros, Guarulhos tem apreensão e aglomerações; passageiros relatam baixo controle sanitário; embarque internacional tem filas longas. /Jardiel Carvalho/Folhapress

Em 1º dia de proibição de estrangeiros, Guarulhos tem apreensão e aglomerações; passageiros relatam baixo controle sanitário; embarque internacional tem filas longas. Jardiel Carvalho/Folhapress/

Na capital paulista o apagão com a quarentena foi gradual, porque desde sexta-feira (20) os comércios não essenciais já estavam impedidos de abrir por determinação da prefeitura mas restaurantes funcionavam normalmente. O centro da cidade estava, em geral, vazio . Folhapress/Jardiel Carvalho

Algumas entradas do Metrô foram fechadas por conta do coronavírus. Inicialmente os acessos fechados são: São Bento Acesso Ladeira Porto Geral e Rua Boa Vista (nível B); Luz Acesso Sul (Rua Washington Luís); Trianon Acesso Oeste (acessos mais próximos ao Parque Trianon e MASP); Brigadeiro Acesso Leste; Anhangabaú Acesso Falcão (próximo à Prefeitura e TRE). Folhapress/Jardiel Carvalho

Após presidente do TJ-SP derrubar liminar que proibia cultos religiosos em São Paulo devido ao coronavírus, a catedral da Sé mantém as portas fechadas e com aviso . Folhapress/Jardiel Carvalho

Ruas no bairro da liberdade, na zona sul de SP, encontram-se vazias ou com pouca movimentação . Jardiel Carvalho/Folhapress/

Movimento de dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Não há ações de prevenção contra o coronavírus para a região. Folhapress/Eduardo Anizelli

Movimento de dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Não há ações de prevenção contra o coronavírus para a região. Folhapress/Eduardo Anizelli

Moradores da rua Peixoto Gomide durante "aplaudaço" aos profissionais de saúde. O aplauso coletivo acontece em todo o Brasil sob a hashtag #aplausosnajanela. A convocação pede que as pessoas saiam nas janelas e sacadas e aplaudam os profissionais da saúde. Folhapress/Eduardo Anizelli

Parque do Ibirapuera fechado por conta do coronavírus. O governador João Doria (PSDB) e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, anunciaram decreto de calamidade pública e fechamento de parques, Detran e Poupatempo. Folhapress/Eduardo Anizelli

Parque Villa Lobos fechado por conta do coronavírus. O governador João Doria (PSDB) e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, anunciaram decreto de calamidade pública e fechamento de parques, Detran e Poupatempo. Folhapress/Eduardo Anizelli

Homens trabalham no começo das obras para que o Estádio do Pacaembu receba leitos hospitalares com o objetivo de liberar espaço nos hospitais municipais e aumentar a capacidade destes de atender pacientes com Covid-19. Folhapress/Eduardo Anizelli

Homens trabalham no começo das obras para que o Estádio do Pacaembu receba leitos hospitalares com o objetivo de liberar espaço nos hospitais municipais e aumentar a capacidade destes de atender pacientes com Covid-19. Folhapress/Eduardo Anizelli

Funcionário da empresa Sustentare lava as ruas do entorno do hospital Sírio Libanês com bactericida que está em teste para combater o Covid-19. A empresa é um prestador de serviço da prefeitura que participa de plano de contingência contra o vírus. A ação vai ser realizada nos hospitais da região da Sé e Mooca. Folhapress/Eduardo Anizelli

De acordo com a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Meurer recebeu R$ 29,7 milhões em 99 repasses mensais de R$ 300 mil, operacionalizados pelo doleiro Alberto Youssef. O recebimento da propina seria em troca do apoio à nomeação e à permanência de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Meurer nasceu em 23 de julho de 1942 em Bom Retiro (SC). Agropecuarista, foi prefeito de Francisco Beltrão entre 1989 e 1993. Teve cinco mandatos na Câmara dos Deputados, de 1995 a 2018.

O corpo deve ser cremado. Ele deixa a mulher, três filhos e sete netos.

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