Siga a folha

Vídeo mostra assessora apontando indecisão de Bolsonaro sobre vacina

Segundo auxiliar da Casa Civil, presidente ainda não havia decidido sobre Covax Facility faltando três dias para fim do prazo

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

A três dias antes do fim do prazo para aderir à Covax Facility, iniciativa global para facilitar o acesso de países a vacinas contra Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro ainda não tinha decidido sobre o assunto, segundo relatos de assessora da Casa Civil.

Talita Saito é subchefe adjunta de política econômica da Casa Civil. Em vídeo divulgado neste sábado (24) pela Crusoé, ela disse, no dia 15 de setembro do ano passado, que a “decisão ainda não foi tomada”.

“O presidente da República ainda não se posicionou em relação à entrada do Brasil no instrumento ou não”, afirmou Saito.

No dia 18 de setembro de 2020, último dia do prazo divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o governo brasileiro então divulgou a intenção de aderir ao consórcio global.

O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 13.jul.21/Folhapress

Procurado, o Palácio do Planalto ainda não respondeu sobre o motivo da demora para a decisão. A Casa Civil também ainda não se manifestou.

A Covax foi criada como uma espécie de aliança e consórcio entre países que visa garantir investimentos para pesquisa, produção e oferta equitativa de vacinas contra a Covid-19.

Inicialmente, a previsão era que houvesse o fornecimento de doses para pelo menos 20% da população de cada país vinculado à aliança.

No dia 24 de setembro de 2020, Bolsonaro editou duas medidas provisórias para liberar R$ 2,5 bilhões, que viabilizaram a entrada do Brasil na Covax Facility.

“Com isso, espera-se que, por meio deste instrumento, o Brasil possa comprar o equivalente para garantir a imunização de 10% da população até o final de 2021, o que permite atender populações consideradas prioritárias”, afirmou, em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República, na ocasião.

Saito, no vídeo divulgado neste sábado, já havia indicado, em reunião interministerial no dia 15 de setembro do ano passado, que o governo optaria por uma adesão reduzida.

“Na carta enviada à [Aliança] Gavi de sinalização do posicionamento do Brasil, nós nos posicionamos com uma intenção de vacinar, de imunizar 20% da população. Houve uma alteração de posicionamento por parte do Ministério da Saúde. Hoje, eles se posicionaram como necessária a imunização de 10% da população”, disse a assessora da Casa Civil.

Outro vídeo divulgado pela Crusoé mostra uma reunião ministerial do dia 2 de setembro sobre a aliança global. Na conferência virtual, foi citada a dificuldade de interpretação de termos em inglês no contrato.

Na semana passada, coluna Painel da Folha apontou essa dificuldade com base em documentos enviados à CPI da Covid, em setembro de 2020.

Nos documentos, a consultoria jurídica do Ministério da Saúde foi solicitada a se manifestar sobre o consórcio Covax Facility e disse que o fato de a documentação estar em inglês dificultou a análise porque os servidores não tinham "conhecimento suficiente de tal língua estrangeira a ponto de emitir manifestação conclusiva."

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas