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Lula pede radiografia de programas militares em reunião com futuros comandantes

Presidente teve encontro com escolhidos para comandar Forças Armadas; conversa foi 'ótima', diz indicado a ministro da Defesa

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Brasília

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu pela primeira vez, nesta sexta-feira (16), com os futuros comandantes das Forças Armadas e pediu a eles uma radiografia dos programas prioritários do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Lula recebeu para uma reunião o general Júlio César de Arruda (Exército), o tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica) e o almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha).

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia de encerramento dos grupos de trabalho da transição - Pedro Ladeira - 13.dez.2022/Folhapress

Além deles, também participou o ministro da Defesa do futuro governo, José Múcio Monteiro.

Múcio classificou a conversa como "ótima" e afirmou que Lula pediu que os indicados apresentassem um relatório sobre como estão cada uma das Forças e a situação dos trabalhos desenvolvidos.

"Ele [Lula] quer dar continuidade aos programas prioritários", disse Múcio à Folha.

Lula manifestou disposição de dar continuidade a programas como os de caças e submarinos. O presidente diplomado pediu o cronograma desses projetos e quis saber o que está emperrado.

Na conversa, Lula ainda citou as Forças Armadas como um ator relevante para a geração de empregos e o avanço tecnológico do país.

Lula e Múcio optaram por adotar o critério de antiguidade na escolha dos comandantes, em uma tentativa de desarmar a resistência ao petista no meio militar.

Os assuntos relativos às forças armadas tornaram-se temas sensíveis para o governo de transição, dada a proximidade do atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) —ele próprio um capitão reformado do Exército— com os militares.

Bolsonaro buscou durante toda a sua gestão se associar aos militares, participando diversas cerimônias das Forças. Mais do que isso, abriu espaço em seu governo para a categoria, nomeando generais e almirantes para ministérios importantes do governo, incluindo os de natureza política.

O presidente também aumentou exponencialmente a participação de integrantes das Forças Armadas em cargos de segundo e terceiro escalão.

Durante o seu governo, as Forças Armadas também foram usadas para alimentar, através da participação do Ministério da Defesa numa comissão de transparência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), dúvidas sobre as urnas eletrônicas.

A equipe de transição de Lula chegou a anunciar que um dos 32 grupos técnicos seria da Defesa, mas os integrantes nunca foram nomeados. Posteriormente, optou-se por desistir da criação do grupo de trabalho e nomear mais rapidamente o ministro.

Múcio foi oficializado na primeira leva de anúncios de ministros, ao lado de pastas importantes, como a Fazenda (Fernando Haddad), Justiça (Flávio Dino), Casa Civil (Rui Costa) e Relações Exteriores (Mauro Vieira).

A equipe de Lula ainda manifestava receio com eventual crise com os militares, em particular com os comandantes que deixam os cargos. No entanto, o comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, desistiu de deixar o cargo no dia 23, antes da posse de Lula. A passagem do comando ocorrerá no dia 2 de janeiro.

Com isso, está encerrado um princípio de crise que pressionou o presidente eleito em uma área sensível, a militar. Os três comandantes de Força haviam combinado deixar o cargo antes, em movimento acertado em uma reunião no Palácio do Alvorada com Bolsonaro.

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