O futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), analisa a possibilidade de o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se mudar para a Granja do Torto antes de tomar posse.
Em reunião na terça (13), Rui pediu ao atual chefe da pasta, Ciro Nogueira (PP), para o governo Bolsonaro disponibilizar alguma das residências em Brasília à equipe de Lula. A transição não fez um pedido formal ao atual governo, mas Ciro sinalizou a Rui que conversaria com sua equipe para agilizar a liberação de um espaço para o próximo presidente.
Atualmente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reside na Granja do Torto. No entanto, ele sairá em férias a partir de segunda-feira (19), e o imóvel deve ser desocupado.
Na quinta (15), o Palácio da Alvorada recebeu um caminhão de mudança, a poucos dias do prazo limite para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixe a residência oficial. Nesta sexta (16), funcionários da Presidência retiravam objetos do Palácio do Planalto.
Rui Costa afirmou nesta sexta-feira que, caso se confirme notícia que a Granja do Torto está desocupada, ele deve realizar uma visita ao local neste sábado (17). A decisão final, no entanto, caberá ao presidente eleito.
"Eu conversei com ele [Ciro], pedindo para que ele avaliasse um dos imóveis que pudesse ser disponibilizado. Talvez o mais simples, o mais fácil, o mais rápido seria onde estava o ministro da Economia, porque a casa é presidencial, a Granja do Torto. E que de qualquer forma ele está saindo, faltam 15 dias, o ministro pode muito bem ir para um hotel e ficar esses últimos 15 dias e liberar a casa para que o presidente antes mesmo da posse tenha uma instalação adequada", afirmou Costa.
Atualmente, Lula está hospedado em um hotel em Brasília —e sua equipe trabalha com a previsão que ele deverá permanecer nele.
A legislação não prevê o benefício de moradia para o presidente eleito. Ele pode contar apenas com a segurança pessoal, solicitada pelo coordenador do gabinete de transição, no caso Geraldo Alckmin (PSB).
No entanto, nas últimas transições, houve a oferta pela parte dos presidentes em exercício para que seus sucessores ocupassem a residência oficial da Granja do Torto. Em 2002, o então mandatário Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sugeriu por cortesia que Lula e sua esposa ocupassem o local, mas o petista só deu entrada no imóvel dias antes da posse.
A mesma oferta foi feita no fim de 2018 por Michel Temer (MDB) para o então vitorioso Jair Bolsonaro (PL). Ele havia inicialmente decidido se hospedar no apartamento funcional de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas depois aceitou o convite para se mudar para o Torto.
Nesta sexta-feira (16), funcionários do governo desmontaram o cercadinho que havia sido montado na área externa do Palácio da Alvorada para o presidente Bolsonaro conversar com apoiadores.
No início do mandato, a estrutura ficava na parte de fora do Alvorada, ao lado da área da imprensa.
Posteriormente, o governo transferiu o espaço para um local reservado, dentro da propriedade e longe dos jornalistas. Lá, Bolsonaro conversava com apoiadores e depois os diálogos se tornavam públicos porque eram transmitidos em páginas bolsonaristas na internet.
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