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Ministério de Lula reúne presidenciáveis para 2026

Vice Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) são cogitados para suceder petista

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Brasília

A Esplanada desenhada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva abrigará alguns dos principais nomes que já são ventilados para a disputa de 2026, na qual o petista diz que não tentará a reeleição, segundo compromisso feito ainda na campanha eleitoral.

Mesmo antes do início do governo Lula 3, são cogitados para a próxima eleição presidencial os nomes do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da próxima ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).

Senadora Simone Tebet e vice-presidente eleito Geraldo Alckmin se cumprimentam sob olhar do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva - Nelson Almeida/AFP

Mesmo a quatro anos da eleição e sem Lula 3 ter começado de fato, os três já sofrem, em diferentes graus, resistência dentro do PT, inclusive Haddad.

Além de vice-presidente eleito, Alckmin também foi escolhido por Lula para comandar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O nome do vice-presidente ganhou força após os empresários Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, recusarem o cargo.

Ex-governador de São Paulo e filiado ao PSDB por mais de três décadas, o vice-presidente eleito trocou de partido e, em março deste ano, migrou para o PSB para viabilizar sua candidatura na chapa de Lula.

Desde o início, Alckmin enfrentou pressão de correntes de esquerda do PT que criticavam a trajetória política do ex-tucano —o deputado federal Rui Falcão (SP) chegou a chamar de temerária a eventual escolha de Alckmin para compor chapa com Lula.

Considerado moderado, Alckmin tem perfil centrista semelhante ao de Tebet, outra ministra que encontrou obstáculos em seu caminho até a Esplanada. Terceira colocada nas eleições, a emedebista apoiou Lula no segundo turno e participou ativamente da campanha eleitoral.

A senadora foi considerada fundamental para a vitória do petista. Por causa disso, a indicação da senadora por Mato Grosso do Sul era vista como parte da cota pessoal de Lula, e não do MDB, no governo do petista.

Desde a eleição, a senadora chegou a ser cogitada para outras três pastas além do Planejamento. Tebet queria inicialmente a Educação, que acabou ficando com o senador eleito Camilo Santana (PT-CE).

Depois pretendia ficar com o Desenvolvimento Social, para controlar o programa Bolsa Família. Lula, no entanto, anunciou o também senador eleito Wellington Dias (PT-PI).

Parte do PT via risco de entregar o cargo a Tebet e fortalecer uma rival para a disputa presidencial de 2026. Na sequência, Lula teria oferecido o Meio Ambiente, que a senadora recusou em favor da deputada eleita e referência na área Marina Silva.

A senadora acabou aceitando o Planejamento, em um desenho que inclui o compartilhamento do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), mas exclui bancos públicos, como queria Tebet inicialmente para poder implantar algumas vitrines de gestão.

Antes da confirmação, houve relatos de que o nome da senadora enfrentava resistência de Haddad.

Na segunda-feira (26), o futuro ministro da Fazenda afirmou que Tebet era qualificada para ocupar o ministério, apesar de ter admitido que, inicialmente, queria escolher um ex-governador de estado para ocupar a pasta, levando em conta experiência com administração de grandes orçamentos.

Tebet é vista como um dos nomes que traz potencial risco à candidatura de Haddad a suceder Lula em 2026. No anúncio dos nomes que ocupariam os últimos ministérios, Tebet chamou o colega de Esplanada para tirar foto ao lado de Lula.

Ao ser questionada se vai trabalhar em parceria com Haddad, respondeu que "sem dúvida nenhuma."

"Já começamos tendo três identidades: somos professores universitários, ele tem parentes no meu estado e são amigos em comum, e [ele] me deu a terceira, somos de origem libanesa. Não tem como dar errado."

Ministros anunciados por Lula nesta quinta-feira

  • Alexandre Silveira (PSD-MG): Minas e Energia
  • Ana Moser: Esportes
  • André de Paula (PSD-PE): Pesca
  • Carlos Fávaro (PSD-MT): Agricultura
  • Carlos Lupi (PDT-RJ): Previdência
  • Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ): Turismo
  • General Gonçalves Dias (GSI)
  • Jader Barbalho Filho (MDB-PA): Cidades
  • Juscelino Filho (União Brasil-MA): Comunicações
  • Marina Silva (Rede-AC): Meio Ambiente
  • Paulo Pimenta (PT-RS): Secretaria de Comunicação
  • Paulo Teixeira (PT-SP): Desenvolvimento Agrário
  • Renan Filho (MDB-AL): Transportes
  • Simone Tebet (MDB-MS): Planejamento
  • Sônia Guajajara (PSOL-SP): Povos Indígenas
  • Waldez Góes (PDT-AP): Integração Nacional

Haddad, que assumirá a Fazenda, foi derrotado por Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL), na disputa pelo governo de São Paulo.

Ex-ministro da Educação (2005-2012) e ex-prefeito de São Paulo (2013-2016), Haddad tem boa interlocução com Alckmin —ele iniciou a aproximação entre Lula e Alckmin para a formação da chapa.

O futuro ministro da Fazenda foi o substituto do ex-presidente na campanha eleitoral de 2018, quando Lula foi impedido de ser candidato.

No MEC e na prefeitura, Haddad buscou obter espaço no orçamento com aumento da arrecadação de fontes já existentes e economia em contratos correntes.

Em sua passagem pelo governo federal, promoveu medidas para ampliar a arrecadação do salário-educação e derrubar a DRU (Desvinculação de Receitas da União) para a educação, medida que permitia ao governo utilizar como quisesse até 20% dos gastos obrigatórios.

Na prefeitura, na área das finanças, o petista realizou ações para desafogar o orçamento, mas foi alvo de críticas até de aliados por demorar a recuar do reajuste das tarifas de ônibus em meio aos protestos de 2013, outro fruto da insistência em manter os planos —ou teimosia, para os críticos.

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