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Quais polêmicas pesam contra Tabata Amaral

Candidata a prefeita já foi questionada por elo com empresários e contratação de namorado para campanha

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São Paulo

A candidata Tabata Amaral (PSB) tem no histórico polêmicas e controvérsias exploradas na atual campanha para a Prefeitura de São Paulo, marcada por acusações mútuas, ou em episódios no passado.

Nenhum processo a que ela tenha respondido consta nas certidões criminais e cíveis que Tabata apresentou no registro da candidatura neste ano. A reportagem também não localizou ações na Justiça comum tendo a parlamentar como alvo.

Tabata Amaral (PSB) durante entrevista coletiva - Folhapress

Ligação com empresários

A ligação de Tataba com grandes empresários motivou uma série de desconfianças e insinuações por representantes da esquerda desde que ela entrou para a política, em 2018, ano em que foi eleita deputada federal pela primeira vez.

O tema também chegou a ser usado pelo bolsonarismo para desqualificar ações da parlamentar e sugerir que ela atende a interesses privados.

Tabata recebeu uma bolsa integral para estudar na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, onde se formou em ciência política e astrofísica. No período, contou por três anos com uma ajuda de custo da Fundação Estudar, mantida pelo empresário Jorge Paulo Lemann.

Na preparação para se candidatar, ela foi uma das primeiras participantes do RenovaBR, escola privada de formação de políticos e apoio a candidatos que, na época, pagava uma bolsa de ajuda de custo para os alunos. Criada pelo investidor Eduardo Mufarej, a iniciativa contou com o impulso de grandes empresários e teve entre seus apoiadores mais conhecidos o apresentador Luciano Huck.

Metade de mulheres candidatas

Tabata apoiou uma iniciativa do PSB com o objetivo de ter 50% de mulheres nas listas de candidatos a vereadores em todo o estado, mas, na capital paulista, onde a deputada preside o diretório municipal, a proporção feminina ficou em 35%, como revelou o portal Metrópoles.

O partido começou a discutir em 2023, como noticiou a Folha na época, uma resolução que criava a obrigação de ter metade de candidatas mulheres, mas não estabelecia punições para o descumprimento, sob o argumento de que ainda há entraves para o segmento na política e os homens predominam.

O discurso era o de que a meta, apesar de desafiadora, poderia ser atingida na capital paulista em razão da maior probabilidade de encontrar mulheres dispostas a concorrer, e que a candidatura de Tabata poderia impulsionar a participação delas. O mínimo obrigatório por lei é 30% de candidaturas femininas.

Em resposta ao descumprimento, a candidata a prefeita afirmou ao site que "as principais candidatas" da chapa são mulheres e terão prioridade nos recursos do fundo eleitoral.

"Batalhamos para chegar a 50%, mas, na vida real, os desafios e dificuldades enfrentados pelas mulheres que querem ser candidatas são gargalos maiores do que os que os homens enfrentam para assumir uma campanha", disse Tabata em nota.

Passagem traumática pelo PDT

Tabata enfrentou desgaste com seu partido, o PDT, logo em uma das primeiras votações importantes de seu mandato como deputada. Ela sofreu um processo disciplinar do partido após votar favoravelmente à reforma da Previdência, em 2019, contrariando a orientação da legenda de rejeitar a proposta.

O embate foi acompanhado de críticas do ex-presidenciável Ciro Gomes, um dos avalistas da entrada de Tabata no PDT, e do presidente nacional da legenda à época, Carlos Lupi.

Eles afirmaram que a deputada tinha assumido o posicionamento para atender a pressões de empresários dos quais era próxima e estenderam as críticas aos movimentos de renovação política que a apoiavam. Falaram, por exemplo, que a parlamentar compunha "partidos clandestinos" e fazia "dupla militância".

Tabata Amaral e Ciro Gomes no lançamento da candidatura dela à Câmara, em 2018, antes do rompimento entre os dois - Folhapress

Tabata entrou com um pedido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) alegando sofrer perseguição interna, para que fosse autorizada a deixar o partido sem perder o mandato, o que foi concedido em 2021. No mesmo ano, ela anunciou a filiação ao PSB.

Autoria de projeto sobre absorventes

Citada por Tabata como um de seus principais feitos como deputada, a aprovação do projeto de lei para a distribuição gratuita de absorventes em escolas foi envolvida em rumor quando a então deputada Marília Arraes (à época no PT-PE) reivindicou a autoria da ideia e disse que a colega estava tirando dela o protagonismo na pauta ao apresentar uma proposta idêntica um ano depois da sua.

A equipe de Tabata chegou a reivindicar que ela fosse relatora do projeto de Marília, o que não ocorreu. Após apresentar um projeto com a mesma temática, a então deputada do PDT passou a trabalhar por sua tramitação e aprovação. O assunto ganhou visibilidade quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou o texto.

A deputada se defendeu das críticas afirmando que o texto aprovado no Congresso foi resultado de uma versão elaborada coletivamente, a partir de sugestões de diferentes deputados. No rito seguido pela Casa, outros projetos de lei sobre o tema que já tinham sido apresentados foram anexados ao texto.

Contratação de namorado para campanha

A campanha de Tabata a deputada em 2018 pagou R$ 23 mil ao então namorado dela, Daniel Martínez Garcia, e justificou os gastos à Justiça Eleitoral informando que ele prestou serviços de análise estratégica. A contratação foi declarada na prestação de contas da então candidata.

A candidatura dela recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral público, via PDT, mas ao todo arrecadou quase R$ 1,3 milhão —a maior parte de doadores privados. Embora não haja irregularidade na contratação de parentes ou cônjuges com verbas eleitorais, Tabata foi questionada pelo que seria contradição com seu discurso em prol de novas práticas na política.

"O Daniel disse não a diversas oportunidades de emprego e postergou projetos profissionais, por vários meses, para poder trabalhar na minha campanha", escreveu a deputada na época, acrescentando que sua vitória "foi construída na raça" e que é difícil encontrar profissionais dispostos a "interromper suas carreiras por meses" para abraçarem o projeto incerto de uma candidatura.

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