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Pandemia atrasa inclusão de pessoas com deficiência nas empresas

Crise provocada pelo coronavírus interrompeu avanço que estava em curso no país

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Claudia Rolli
São Paulo

Com a crise sanitária, 8,5 milhões de mulheres perderam o emprego em 2020, segundo o IBGE. Um estudo do Dieese mostrou também o fechamento de 21.666 vagas formais para pessoas com deficiência (PcDs), de janeiro a setembro.

O corte interrompeu o avanço que estava em curso no país. Em 2019, havia 523,4 mil trabalhadores com deficiência empregados: 7,5% a mais sobre 2018.

“A crise impacta com mais força as minorias. Se antes já havia dificuldade na contratação, a pandemia piorou muito o quadro”, afirma a advogada Anna Mello, líder do comitê de diversidade e inclusão do Trench Rossi Watanabe.

Dados oficiais mostram que, das quase 770 mil vagas reservadas em 2018 a pessoas com deficiência de acordo com a lei de cotas, somente a metade havia sido preenchida.

A lei determina a contratação de 2% a 5% do quadro de empregados, dependendo do tamanho da empresa.

“A inclusão de PcDs ainda está umbilicalmente relacionada à obrigatoriedade da legislação”, diz a advogada. Mas ela vê esforços de parte das empresas para contratar além das cotas.

“Estudos demonstram que a inclusão de pessoas com deficiência intelectual, por exemplo, gera o desenvolvimento de competências no restante da equipe, como paciência, abertura a novas realidades e empatia”, diz Mello. ​

A contratação de trabalhadores com mais de 50 anos também precisa ganhar espaço no debate sobre diversidade e inovação das empresas, na visão de Renata Cunha, consultora no centro de inovação do Sesi Paraná. Quase oito de cada dez vagas eliminadas em 2020 eram ocupadas por pessoas nessa faixa.

"As organizações têm que se preocupar com a capacidade dos funcionários sêniores, criar ações para manter a saúde física e mental deles, além de promover sua adaptação a novas tecnologias", diz Cunha.

Ela crê que o mundo corporativo não está atento para a perda de talentos e de conhecimento de profissionais mais experientes.

Para a socióloga Carine Roos, uma das criadoras da empresa Newa, especializada na capacitação de líderes e funcionários por meio da inclusão e da inovação, a diversidade não pode estar atrelada apenas ao RH, nem ser tratada como ação de marketing.

“Em áreas operacionais, de tecnologia, finanças e ligadas ao negócio principal da empresa ainda é rara a presença de executivos diversos”, diz Roos. “As organizações têm que ter métricas para avaliar resultados dos programas que adotam. Só assim a inclusão acontece de fato.

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