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Implementação de tecnologias agrícolas para pequenos produtores ainda é gargalo a ser superado

Brasil tem avanços vindos do Estado, empresas privadas e startups, mas é preciso facilitar acesso

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São Paulo

A criação e o desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio brasileiro, em resposta às novas demandas globais para o setor, já não representam desafios tão grandes quanto a implementação dessas inovações para os pequenos e médios produtores.

Segundo Silvia Massruhá, presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a organização evoluiu muito nos últimos anos nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia, automação, agricultura de precisão e agricultura digital.

"O que nos trouxe até aqui foi pesquisa e inovação, ciência e tecnologia. Em qualquer lugar do mundo que a gente vá, a Embrapa é até citada como a Nasa brasileira", diz Massruhá. O portfólio da entidade dispõe de 2.000 tecnologias dedicadas a esse público. Porém, o principal gargalo é que os avanços cheguem, de fato, ao agricultor.

Na mesa sobre novidades tecnológicas, da sétima edição do seminário Agronegócio Sustentável, realizado pela Folha com o apoio do Banco do Brasil, especialistas discutiram soluções para expandir o conhecimento e promover a adoção dessas inovações. O evento foi mediado por Mauro Zafalon, colunista e repórter especial do jornal, que comanda há 35 anos a coluna Vaivém das Commodities.

Na foto, da esq. para a dir., Daniel Plotrino, Breno Felix, Mauro Zafalon e Silvia Massruhá, presidente da Embrapa - Jardiel Carvalho - 26.jul.24/Folhapress

Diante das mudanças climáticas, que são um foco de atenção para o setor, a presidente da Embrapa afirmou que a empresa pode contribuir com os pequenos produtores rurais, auxiliando a mitigar impactos que elevações nas temperaturas globais podem causar nos cultivos.

Entre os avanços à mão do agricultor estão estações agrometeorológicas, imagens de satélites em diferentes resoluções e treinamento para trabalhar com esses dados diversificados.

A entidade tem ainda estudos elaborados, por exemplo, para produção de soja de baixo carbono. Utilizando levantamentos de dados e informações para diferentes biomas e tipos de solo, calculadora de emissões de gases de efeito estufa e rastreamento para reduzir poluentes, é possível implementar práticas que ajudem o planeta e ainda melhorem a produtividade da commodity.

Breno Felix, diretor de produtos da Agrotools, startup que desenvolve e fornece novas tecnologias para o agronegócio, destacou as soluções que a conectividade e a inteligência artificial podem dar aos desafios que a dimensão territorial do Brasil impõe.

A empresa conta com uma grande base de dados e faz monitoramentos totalmente remotos de zonas rurais. Para facilitar a vida do produtor e democratizar o acesso, a startup levou sua tecnologia para o WhatsApp. Por esse meio, segundo Felix, qualquer produtor consegue saber como está sua situação fundiária perante os órgãos responsáveis.

Já Daniel Plotrino, diretor de inovação digital da Yara, empresa há mais de cem anos no mercado e especializada em nutrição de plantas, falou sobre soluções de agricultura de precisão —modo que utiliza tecnologia para melhorar a produtividade.

Nesse aspecto, para otimizar a produção e trazer sustentabilidade para o campo por meio dessas práticas, é preciso coletar muitos dados. Mas o desafio, afirma o representante da Yara, está nesse recolhimento, uma vez que muitos formulários sobrecarregam o produtor e se mostram, ao fim, ineficazes.

A solução, afirma Plotrino, é trabalhar de forma mais automática, por meio de imagens de satélites e sensores, e integrar essas informações de modo prático. Além de fornecer educação para os produtores sobre as tecnologias e os ganhos que podem ter ao usá-las do modo adequado.

"A Yara tem investido em inteligência artificial e soluções conversacionais com IA generativa para orientar, por exemplo, recomendações de melhores soluções de produtividade. Temos IA também na parte de P&D para conseguir construir e inaugurar novos produtos", diz.

Para Silvia Massruhá, a tecnologia digital deve ser usada para que o conhecimento chegue mais rápido.

"A gente precisa trabalhar com esse novo ecossistema de inovação agrícola que envolve todos esses atores, a Embrapa, as empresas privadas, os órgãos estaduais de pesquisa, universidades e startups também. Assim a gente pode garantir a sustentabilidade nas três dimensões: ambiental, econômico e social", afirma.

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