Demanda do século 21 transforma curso de MBA
Escolas ampliam conteúdo com diversidade, liderança feminina, universo de startups e competências do futuro
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Escolas de negócios tentam se adaptar às novas demandas de empresas e de profissionais para manter seus cursos relevantes.
Entre as atualizações feitas nos currículos dos programas de MBA estão novas disciplinas sobre diversidade e liderança feminina, competição entre startups e integração entre empresa e escola.
Exemplo disso é a nova unidade da FIA (Faculdade Instituto de Administração), integrada a um coworking, na avenida Paulista, região central de São Paulo. Com o espaço, inaugurado em junho, a instituição quer elevar o potencial de networking e aproximar alunos e empresas.
Segundo Carlos Furlaneti, diretor da unidade, a perspectiva é que ela vire local “de efervescência de empreendedorismo e escola de negócios”.
Aluno do MBA analytics em big data nessa nova unidade, o físico João Paulo da Costa Nogueira, 28, que trabalha como desenvolvedor em uma companhia de comércio varejista, conta que uma empresa residente no coworking foi buscar profissionais na sua sala de aula. “Achei sensacional. Esse ambiente junta a fome com a vontade de comer.”
O espaço é aberto a trocas. “Não estou procurando emprego, mas me sinto à vontade para bater na porta das empresas daqui e perguntar se estão atrás de profissionais ou se têm alguma demanda que eu possa ajudar a solucionar”, comenta.
O analista de sistemas José Otávio Siqueira, 32, também afirma ter escolhido seu MBA em desenvolvimento mobile na Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista) atraído por uma atividade que vai além do núcleo das disciplinas de negócios.
É que a Fiap substituiu o trabalho de conclusão de curso tradicional pela criação de um projeto de startup.
Há iniciativas semelhantes em outras escolas, mas o programa em questão se diferencia por colocar os melhores projetos para competir. O vencedor ganha uma semana de estudos nos Estados Unidos.
Segundo Guilherme Pereira, diretor de MBA da faculdade, 60% dos ingressantes de educação executiva, hoje, citam o programa de startup entre os pontos que influenciaram sua matrícula.
A avaliação que Siqueira faz da experiência é positiva. “Foi como um MBA dentro do MBA. Aprendi a me portar, a apresentar meu projeto e a estruturar melhor meu produto. Vi que fez muita diferença para conquistarmos um investidor internacional”, diz.
Siqueira trabalhava na Amil, empresa de seguros de saúde. No curso, criou o Figaaro, aplicativo em que o usuário contrata serviços de barbeiros em domicílio. Hoje, ele se dedica apenas a esse projeto.
Alunos do MBA Executivo da Fundação Dom Cabral (FDC) também vivem experiências além das aulas de gestão e liderança. A grade curricular passou a incluir disciplinas sobre diversidade, colaboração e liderança feminina.
“Grande parcela de profissionais nos procura em razão dessas novas disciplinas que trabalham competências do século 21”, afirma Marina Portela, gerente de desenvolvimento de executivos da FDC.
Além disso, a fundação oferece uma aula “em campo”, que ensina gestão baseada na Inconfidência Mineira: os alunos são levados a Ouro Preto (MG), onde revisitam a história a partir de uma ótica de negócios.
“A aula discute relações de poder, estratégia, gestão, traição durante visitas a museus e igrejas da cidade”, diz Portela.
Segundo Paulo Mattos de Lemos, diretor de educação executiva da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas), hoje o executivo precisa ser capaz de trabalhar com diversidade de pessoas e de formas de organização, além de ter boa formação técnica. “Atualmente, o profissional trabalha em grupos em que ora lidera, ora é liderado”, diz.
Isso é exemplo de novas formas de funcionamento do próprio mercado. “A concorrência é cada vez maior, mas as parcerias entre empresas concorrentes também aumentam. Em um momento você fornece, em outro é fornecido. Caminhamos para maior colaboração”, afirma Lemos.
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