Compare testes de sete carros com sete lugares à venda no Brasil

Veículos custam entre R$ 84 mil e R$ 415 mil e exigem que se escolha entre levar gente ou bagagem

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

​Desde​ que a Volkswagen Kombi saiu de linha, em 2013, ter um carro de passeio com mais de cinco assentos tornou-se um luxo. Todas as opções disponíveis hoje no Brasil custam mais de R$ 80 mil.

O teste Folha-Mauá reuniu sete modelos com sete lugares. Todos eles têm ar-condicionado, direção leve e acionamento elétrico dos vidros das janelas e das travas das portas. Porém, apenas Chevrolet Spin e Fiat Doblò custam menos de R$ 100 mil.

 

As medições foram feitas pelos engenheiros do instituto Mauá de Tecnologia. Os testes de desempenho ocorreram em pista fechada, no campo de provas da empresa TRW, em Limeira (interior de São Paulo).

Chevrolet Spin acerta no conforto, mas vacila na segurança

A minivan Chevrolet Spin Premier custa R$ 84.390. É o veículo de sete lugares de menor preço do mercado. A segunda fila de bancos corre sobre trilhos, recurso que libera mais espaço para os ocupantes dos assentos embutidos no porta-malas.

O sistema de som MyLink traz tela sensível ao toque e é compatível com celulares iOS e Android, além de exibir imagens da câmera de ré. Mas faltam airbags laterais e controle de estabilidade. Quem quiser câmbio automático terá de pagar R$ 3.600 a mais.

É preciso escolher entre levar gente ou bagagem: com os bancos extras erguidos, o espaço no porta-malas cai de 553 litros para 162 litros. Uma solução é adquirir um bagageiro de teto, que pode ser fixado por meio de barras transversais. Somados, esses equipamentos custam entre R$ 800 e R$ 2.000. 

Chevrolet Spin Premier
Motor e câmbio: Flex, 1.796 cm³, 111 cv (E) e 106 cv (G) a 5.200 rpm; aut., seis marchas
Porta-malas: 162 a 553 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 12s (E) e 14,2s (G)
Consumo urbano em km/l: 7,1 (E) e 11,5 (G)
Consumo rodoviário em km/l: 12,1 (E) e 17 (G)
Preço: R$ 88 mil

Fiat Doblò sente o peso dos oito anos sem mudança

O Fiat Doblò é vendido em versão única na linha 2020. O furgão é a opção mais espaçosa do mercado: os sete ocupantes viajam em bancos individuais e ainda é possível carregar algumas malas entre os assentos de trás.

Contudo, sua última atualização no Brasil ocorreu há oito anos, o que mostra o quanto está defasado. O sistema de som é simples e vendido como opcional em um pacote que custa R$ 3.690. Com esse item, o preço do Doblò 1.8 Essence chega a R$ 96,1 mil. Não há airbags laterais nem controle de estabilidade.

Ao volante, o motorista viaja relaxado. É uma característica de veículos que nascem para levar carga e são adaptados para transportar gente. Não há câmbio automático.

Fiat Doblò Essence
Motor e câmbio: Flex, 1.747 cm³, 132 cv (E) e 130 cv (G) a 5.250 rpm; man., cinco marchas
Porta-malas: 162 a 553 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 13s (E) e 14,1s (G)
Consumo urbano em km/l: 6,9 (E) e 9,1 (G)
Consumo rodoviário em km/l: 10,3 (E) e 12,8 (G)
Preço: R$ 92,4 mil

JAC tenta vencer crise com jipão bem equipado

A chinesa JAC Motors renova sua linha de utilitários ao mesmo tempo em que seu importador, o grupo SHC, está em processo de recuperação judicial no Brasil. É nesse momento conturbado que surge o T80, melhor carro da marca desde sua estreia, em 2011.

Jac T80
JAC T80 chegou ao mercado nacional em março - Divulgação

O modelo de sete lugares roda em silêncio, tem forração de couro e motor 2.0 turbo. Todos os instrumentos são digitais e há seis airbags. Na última fila, o problema de sempre: o espaço é suficiente apenas para duas crianças, adultos terão de recolher as pernas.

Vendido por R$ 145 mil, é o utilitário chinês mais caro do momento. Lançado em março, teve somente 60 unidades vendidas no país, de acordo com a Abeifa (associação das importadoras de veículos).

JAC T80
Motor e câmbio: Gasolina, turbo, 1.997 cm³, 210 cv a 5.000 rpm; aut., seis marchas
Peso: 1.775 quilos
Porta-malas: 150 a 500 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 11,1s
Consumo urbano em km/l: 7,2
Consumo rodoviário em km/l: 12,1
Preço: R$ 145 mil

Novo Volkswagen Tiguan tem estilo mais esportivo

O Volkswagen Tiguan cresceu na linha 2019 e ganhou sete lugares a partir da versão Comfortline (R$ 154 mil). O motor 1.4 turbo se destaca pelo baixo consumo.

Ao volante, parece ter menos que seus 4,70 metros de comprimento, bastante coisa para um automóvel. É possível escolher diferentes modos de condução. Quem não tem pressa e quer gastar pouco combustível deve selecionar a função "eco".

Os dois assentos da terceira fila são apertados e de difícil acesso. Para compensar, é no Tiguan que o motorista tem uma experiência mais esportiva entre os modelos com sete lugares. Essa pegada é herança de seu "irmão", o hatch médio Golf.

Volkswagen Tiguan
Motor e câmbio: Turbo, flex, 1.747 cm³, 150 cv (E/G) a 5.000 rpm; aut., cinco marchas
Porta-malas: 216 a 686 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 13s (E) e 14,1s (G)
Consumo urbano em km/l: 6,9 (E) e 9,1 (G)
Consumo rodoviário em km/l: 10,3 (E) e 12,8 (G)
Preço: R$ 154 mil

Peugeot recebe bem para viagens sem malas

O Peugeot 5008 (R$ 178,7 mil) é um utilitário com interior de minivan. Seus bancos traseiros individuais e removíveis são iguais aos usados na Citroën C4 Grand Picasso, que deixou de ser importada.

A configuração interna faz do jipão francês um dos poucos a acomodar dois adultos na última fileira com alguma dignidade. O assento do motorista tem massageadores embutidos, úteis em viagens longas.

O difícil é aprender a manusear os vários botões do painel. Outro problema: com todos os passageiros a bordo, sobram 237 litros de porta-malas. É menos que o disponível em um Ford Ka (257 litros).

Peugeot 5008
Motor e câmbio: Gasolina, turbo, 1.997 cm³, 165 cv a 6.000 rpm; aut., seis marchas
Porta-malas: 237 a 450 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 10,6s
Consumo urbano em km/l: 9,1
Consumo rodoviário em km/l: 14,8
Preço: R$ 178,7 mil

Toyota SW4 é opção parruda para famílias que curtem a terra

Segundo a Toyota, cerca de 80% de todos os SW4 vendidos têm sete lugares. 

A versão SRV flex (R$ 191.240) faz sucesso, apesar do alto consumo de combustível. É parruda e bem equipada —traz até airbag para o joelho do motorista—, mas tem tração apenas na traseira. Quem quiser desbravar as estradas enlameadas do Brasil profundo terá de investir R$ 268,9 mil na opção 4X4 a diesel.

A capacidade off-road cobra seu preço na cidade: é o modelo que mais balança em lombadas e asfalto ruim.

O assoalho elevado limita o conforto na terceira fila, que tem encostos muito verticais.

Toyota SW4 flex
Motor e câmbio: Flex, 2.694 cm³, 163 cv (E) e 159 cv (G) a 5.000 rpm; aut., seis marchas
Porta-malas: 180 a 500 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 13,2s (E) e 13,6s (G)
Consumo urbano em km/l: 4,7 (E) e 6,7 (G)
Consumo rodoviário em km/l: 7,8 (E) e 11 (G)
Preço: R$ 191.240

 

Land Rover Discovery durante avaliação em Saint George, Utah, nos Estados Unidos - Eduardo Sodré/Folhapress

Land Rover Discovery cobra caro por sua capacidade off-road

Referência entre os modelos off-road, o Land Rover Discovery TD6 cobra no mínimo R$ 415 mil para levar qualquer família aos confins do planeta. O sistema de tração que se adapta a pedras, neve, lama ou asfalto parece ter mais tecnologia reunida que uma loja de artigos eletrônicos.

Tudo é embalado com couro e tapetes fofos. O acesso ao banco traseiro pode ser feito por meio da tampa elétrica do porta-malas. Para abri-la, basta apertar um botão instalado na chave. Para entrar, é preciso fazer alguma ginástica ou ter menos de 12 anos.

O alto preço do Discovery não compra espaço. Os dois passageiros da última fila têm bom apoio para as costas, mas os joelhos esbarram nos bancos do meio. 

Land Rover Discovery S
Motor e câmbio: Diesel, turbo, V6, 2.993 cm³, 258 cv a 3.750 rpm; aut., oito marchas
Porta-malas: 258 a 450 litros
Aceleração (0 a 100 km/h): 9,4s
Consumo urbano em km/l: 9,4
Consumo rodoviário em km/l: 13,8
Preço: R$ 415,4 mil

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.